Atualizado em 31/10/2025
O processo desde o diagnóstico de cancro da próstata ou de Hiperplasia Benigna da Próstata não é fácil para o doente – pelo medo da doença e dos seus possíveis efeitos e também pelo desconhecimento quanto ao tratamento.
Assim, ter garantias de que poderá efectuar um tratamento muito eficaz, numa única vez e que só estará internado um dia ou até menos, é um enorme alívio.
Vamos dar-lhe a conhecer algumas técnicas que o permitem.

Eliminar o Cancro da Próstata num só tratamento
Para quem recebe este diagnóstico, a patologia pode parecer muito difícil de resolver, gerando Medo, Incerteza e Dúvida – o factor MID.
No entanto, o desenvolvimento de novas técnicas de tratamento, mais avançadas, sofisticadas, igualmente eficazes mas menos agressivas, trouxe novas possibilidades para os doentes afectados: são técnicas mais satisfatórias, quanto à eficácia e duração do tratamento.
Naturalmente, tudo depende do tipo de tumor em causa – o seu estadiamento, localização, dimensões e agressividade, bem como a factores como a idade do doente, o volume da próstata e a existência ou não de muitos sintomas urinários.
Mas, para tumores localizados, existe a possibilidade de recorrer a uma das seguintes técnicas que permitirão, na grande maioria dos casos, tratar o cancro prostático num só dia.
1. Braquiterapia - Colocação de sementes radioactivas
Este é um procedimento em que são colocados implantes dentro da próstata que vão libertando radiação para o tumor, ao longo do tempo, até o eliminar.
Vejamos como se processa este tratamento, conhecido como Braquiterapia:
- É administrada anestesia;
- É inserido um catéter pela uretra para drenar a bexiga;
- No períneo, são introduzidas algumas agulhas;
- Os implantes radiactivos passam pelas agulhas até à próstata, permanecendo neste órgão;
- A colocação dos implantes é feita, de modo muito rigoroso e preciso, de acordo com a informação da localização e tipo de tumor, volume e forma da próstata, de acordo com um sofisticado software e com as indicações da equipa (que inclui um urologista, um radioterapeuta e um físico); a intervenção é totalmente controlada, ao milímetro, pelas técnicas de imagem realizadas durante o procedimento;
- Coloca-se uma compressa na zona onde se inseriram as agulhas para evitar que fique “inchada” ou sangre.
Dado que este procedimento é realizado de forma minimamente invasiva, sem incisões, e dada a sua curta duração (menos de 2 horas, geralmente cerca de uma hora), o paciente recupera rapidamente, mesmo que sinta alguns sintomas como sonolência (algumas horas), desconforto local (horas a 2-3 dias) ou queixas urinárias (por vezes mais duradouras).
A reduzida probabilidade de complicações permite regressar a casa no mesmo dia ou no dia seguinte.
Antes da alta, os cuidados são mínimos: é necessário retirar a algália e ouvir os conselhos e recomendações do médico quanto à recuperação.
Depois, é só deixar que os implantes façam o seu trabalho, no conforto da sua casa.
2. Variantes desta técnica: Braquiterapia 4D e guiada por RMN (Ressonância Magnética Nuclear)
Estas variantes constituem uma evolução recente da Braquiterapia clássica. Apresentam vantagens em relação à precisão do tratamento (tendo em consideração os achados na Ressonância magnética Nuclear do próprio doente) e ao tempo de duração do mesmo - com a planificação 4D e a antecipação do tratamento a realizar, consegue reduzir-se ainda mais o tempo de anestesia, de algaliação e de internamento.
3. Crioterapia
Destruição do tumor por ciclos de congelação/descongelação do tecido afectado
Esta técnica realizada numa única vez e também com apenas um dia permite actuar sobre tumores localmente avançados ou em recidivas. É uma técnica adequada para tratar os doentes que foram tratados a um cancro da próstata com radiação (por exemplo Radioterapia Externa), mas em que ocorreu uma recidiva.
Fazendo uso de muito baixas temperaturas para destruir o tumor, o processo de Crioterapia consiste no seguinte:
- Anestesia do doente;
- Inserção de um catéter especial para drenar a bexiga e proteger a uretra das baixas temperaturas, usando um líquido quente, que circula no catéter durante a realização da intervenção;
- Colocação de sonda ecográfica no recto para controle preciso de todo o processo;
- Inserção das agulhas no períneo;
- Libertação de gás através das agulhas, criando-se uma “bola” de gelo nas extremidades das mesmas, congelando os tecidos tumorais por alguns minutos; a esta congelação segue-se o aquecimento dos tecidos; este ciclo de congelação/descongelação repete-se, levando assim à destruição do tecido doente;
- Aplicação de compressa (“penso compressivo”) na região intervencionada.
Graças à forma como a Crioterapia é actualmente realizada, existem poucos riscos de complicações e de efeitos secundários (a não ser possível edema, desconforto ou dor), resultando em menor tempo de internamento – um dia ou menos. Complicações que ocorriam no passado, com as gerações antigas dos equipamentos de crioterapia como as fístulas rectais, são hoje muito raras. Actualmente, os equipamentos, o software, o tipo de agulhas utilizadas, são muito mais sofisticados e precisos.
Geralmente o catétar urinário (“algália”) é retirado no dia seguinte ao tratamento. Mesmo que, por algum motivo, este catéter tenha de permanecer durante alguns dias depois da intervenção (1 a 3, habituamente) a recuperação é rápida e o médico ensinará a usar o catéter, antes de ter alta.
3. HIFU - Ultrassons Focados de Alta Intensidade (High Intensity Focused Ultrassound)
A terapêutica focal (HIFU - High-Intensity Focused Ultrasound) é realizada numa única intervenção e com um dia de internamento.
Tal como a crioterapia, pode ser usada como terapêutica inicial (diz-se “primária”) do tumor, tratando focalmente a zona da próstata onde se localiza o tumor - terapêutica focal - ou de parte da glândula, por exemplo metade (“hemiglândula”). Mais frequentemente, é usada em casos de recidiva do tumor, ou seja, em homens em que o tumor da próstata volta a aparecer, depois de tratamentos com radiação, como a Radioterapia Externa.
O equipamento para fazer este tratamento é “pesado”, pelo que nem todos os centros têm acesso ao mesmo. Tal como em relação à Braquiterapia 4D e guiada por RMN e a crioterapia, os doentes do Instituto da Próstata têm possibilidade de realizar este tratamento.
A escolha e selecção do tratamento mais adequado para cada pessoa é feita em função de vários parâmetros, que são ponderados pelos nossos médicos, especialistas com larga experiência no tratamento destas doenças.
Tratar a Hiperplasia Benigna da Próstata num procedimento único
Ainda que seja uma condição benigna, os sintomas do aumento da próstata tendem a ser muito incomodativos.
Existem várias medidas terapêuticas eficazes para a HBP. A boa notícia é que, além dessa eficácia, hoje existem novas técnicas que permitem acabar com o problema de uma vez, mesmo que os resultados possam demorar a ser notados.
1. Aquablation
Este método inovador, conhecido como Aquablation (Aquablação, Aquabeam), consiste na remoção/destruição do tecido hiperplasiado (aumentado de volume), através de um jacto de água.
Trata-se de um tratamento altamente sofisticado, inovador, controlado por um sistema robótico e muito preciso. Num tratamento único, relativamente rápido, consegue resolver-se esta doença de forma eficaz, precisa e totalmente controlada.
O equipamento Aquabeam, com que se realiza este tratamento, actua através de um jacto de água. Este jacto não usa temperatura elevada, o líquido está à temperatura ambiente - ao contrário das técnicas antigas, em que se utilizam temperaturas elevadas para remover o tecido prostático. A utilização destas temperaturas implica um maior risco de lesão de estruturas muito sensíveis, como vasos e nervos. Esta é apenas uma das muitas vantagens deste sistema, sendo um dos fatores que diminui as complicações e efeitos secundários desta técnica - praticamente desprovida de complicações como problemas sexuais (de erecção, mantida em 100% dos casos ou ejaculação, mantida em 89% dos doentes tratados) ou de continência (preservada em mais de 99% dos casos).
As queixas provocadas pelo aumento de volume da próstata melhoram de forma muito significativa com este tratamento.
2. Enucleação
Existem vários tipos de energia que podem ser utilizadas para este tipo de tratamento: a energia bipolar (técnica conhecida como BIPOLEP de Bipolar Enucleation of the Prostate) ou a energia laser (conhecida como HOLEP, de Holmium Laser Enucleation of the Prostate, porque mais frequentemente é este o tipo de laser - Holmium:YAG - que é utilizado).
Com este tratamento, destrói-se, numa única sessão, o tecido prostático em excesso, através de instrumentos inseridos na uretra.
O procedimento é realizado em cerca de 1 hora, sem quaisquer incisões, com um baixo risco de complicações, tornando apenas necessário passar uma noite no hospital.
Este método, pode ser usado em próstatas de volume elevado e permite uma rápida recuperação pois não existe necessidade de cuidados especiais - ainda que o médico deva transmitir algumas recomendações para os dias a seguir à alta. A duração da algaliação é geralmente inferior a 24 horas.
Interessado em saber mais sobre estes Tratamentos? Procure aconselhamento profissional
Ainda que, como vimos, estes tratamentos sejam promissores, é imprescindível avaliar cuidadosamente o paciente para averiguar se são indicadas para cada situação.
Sabia que no Instituto da Próstata somos especialistas nestas patologias e nos tratamentos mais inovadores?
Em média, já tratámos mais de 5500 pacientes com cancro prostático com técnicas como a Braquiterapia e outras, e mais de 5000 com próstata aumentada foram seguidos e tratados com métodos como o Aquablation, enucleação ou cirurgia.
Se sofre destes problemas, no Instituto da Próstata encontra excelentes soluções para eliminar o problema rápida e eficazmente.








