Tudo o que precisa de saber sobre a Cistoscopia: o que é, para que serve e como é realizada

Quando o assunto é avaliar o estado da bexiga e de outras estruturas do aparelho urinário importa contar com meios e exames eficientes. Afinal, tratam-se de órgãos essenciais na manutenção de um bom estado de saúde. Uma das melhores opções é realizar uma Cistoscopia.

Mas, antes de o considerar ou realizar, é importante saber mais sobre este procedimento. Questões sobre o que é, como é realizada, que informações permite obter, a possibilidade de desencadear dor ou desconforto e o que acontece depois do exame, por exemplo, devem ser respondidas. Assim, garante que sabe o que esperar.

Para ajudar, neste artigo reunimos as respostas a estas e outras perguntas e partilhamos todas as informações relevantes sobre este procedimento.

O que é uma Cistoscopia?

Uma Cistoscopia faz parte do grupo de exames urológicos de diagnóstico. Tem como principal objectivo fazer um estudo da bexiga, avaliando este orgão (e também a uretra) internamente para averiguar se existem alterações ou anomalias suscetíveis de doença.

Para isso, é realizada de forma endoscópica, através da uretra, com a ajuda de um aparelho próprio – o cistoscópio -, que inclui uma micro-câmara. Num procedimento pouco invasivo, ao aceder à bexiga é possível observar e captar imagens internas do órgão. Por isso, é um dos exames mais importantes de avaliação vesical, conseguindo obter informações difíceis de conseguir com outros métodos.

1 Tudo Sobre Cistoscopia Instituto Da Prostata

Este procedimento é também conhecido por Uretrocistoscopia se, durante a sua realização, avaliar também a uretra.

Quais os tipos de Cistoscopia que existem?

Além do facto de poder avaliar a bexiga e uretra ou apenas a bexiga, este exame pode ainda ser distinguido consoante o tipo de aparelho que utiliza. Neste sentido, pode ser:

  • Flexível: quando se usa um cistoscópio fino e maleável, que passa com facilidade pela uretra até à bexiga. A sua flexibilidade favorece a visualização da bexiga e de todas as suas zonas;
  • Rígido: quando é utilizado um cistoscópio que não é maleável, sendo rígido e mais firme. Pode ser usado quando é preciso confirmar alguns dados obtidos com o método anterior ou efectuar uma técnica difícil de executar com o aparelho flexível, por exemplo.

Durante a cistoscopia, é possível efectuar outras técnicas ou procedimentos, como a realização de uma Biópsia. Neste caso, é possível recolher pequenos fragmentos de tecido vesical para posterior análise, a fim de perceber a natureza das células observadas.

Em que casos se pode fazer uma Cistoscopia?

 

Cistoscopia Instituto Da Prostata Info

Este exame pode ser realizado tanto em homens como em mulheres, em qualquer faixa etária.

Sendo um método de diagnóstico, as situações indicadas para realizar uma Cistoscopia são aquelas em que existem suspeitas de doenças da bexiga, colocada pela existência de sintomas urinários, como por exemplo:

  • Sangue na urina (conhecido como Hematúria);
  • Perdas de urina ou dificuldades em segurar a urina;
  • Dor ou ardor na bexiga ao urinar;
  • Dificuldade em esvaziar a bexiga;
  • Jacto urinário fraco;
  • Vontade mais frequente para urinar;
  • Urgência para urinar.

Assim, serve para diagnosticar algumas patologias que afectem a bexiga, a próstata ou a uretra e que provoquem os sintomas referidos. São exemplos:

  • Tumores da bexiga; 
  • Incontinência Urinária (feminina e masculina);
  • Infecções urinárias;
  • Inflamações vesicais (Cistite);
  • Certas doenças da próstata (como aumento da glândula);
  • Litíase e Cólica Renal (presença de cálculos ou “pedras” no aparelho urinário).

É possível detectar tumores malignos na bexiga através de uma Cistoscopia, mesmo em fases iniciais, graças à utilidade das informações e imagens que pode obter e à possibilidade de incluir uma Biópsia. Por este motivo, é usada nos casos em que existem suspeitas de lesões vesicais detectadas noutros exames (como a ecografia ou a TC) ou são encontradas células suspeitas em análises de urina.

Este exame pode ainda servir para complementar ou esclarecer um diagnóstico, adicionando informação útil e relevante a dados obtidos com outros procedimentos.

Outras indicações para realizar uma Cistoscopia

Além de ser um método de diagnóstico de patologias que afectam a bexiga e a uretra, este procedimento pode ainda ter objectivos terapêuticos, sendo usado em casos em que é necessário:

  • Injectar medicamentos dentro da bexiga;
  • Alargar o calibre da uretra;
  • Remover cateteres das estruturas urinárias;
  • Fragmentar cálculos/”pedras” presentes no aparelho urinário;
  • Retirar pequenos tumores.

Por fim, este exame pode também ser usado nas situações em que é preciso avaliar consequências pós-tratamento ou como acompanhamento depois do mesmo, para monitorizar os resultados.

Como é feita uma Cistoscopia?

Alguns factores da realização de uma Cistoscopia dependem do tipo de exame:

  • Flexível: o procedimento é executado com recurso a anestesia tópica. Não exige qualquer preparação específica;
  • Rígida: o processo pode ser realizado com recurso a anestesia local ou sedação, em especial se incluir uma Biópsia. Nesse caso, a preparação inclui também um jejum de 6 horas e outras recomendações específicas eventuais, para a anestesia; se for efectuada uma biópsia, é geralmente necessário suspender medicamentos como os anti-agregantes ou os anti-coagulantes.

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Quer se trate de um exame flexível ou rígido, a realização de uma Cistoscopia é simples e rápida, demorando apenas cerca de 10 minutos. O processo segue as seguintes directrizes e passos:

  • O paciente é deitado, de costas, com as pernas flectidas e apoiadas em suportes apropriados ou com as pernas esticadas, na marquesa;
  • Higieniza-se e desinfecta-se a zona genital e o orifício da uretra;
  • Aplica-se um gel anestésico que faz a anestesia local (ou a sedação, dependendo do cistoscópio usado ou se for realizada alguma outra técnica);
  • É inserido um lubrificante próprio pela uretra para facilitar a passagem do cistoscópio;
  • Introduz-se o cistoscópio pela uretra, progredindo até à bexiga;
  • É instilado soro fisiológico ou outro líquido semelhante para dilatar a bexiga e facilitar a sua observação;
  • Graças à câmara no cistoscópio, as imagens observadas podem ser captadas e transmitidas para um monitor próprio.

O médico urologista faz uma distinção entre os dados normais e os suscetíveis de patologia. Estes são depois correlacionados com a história clínica do paciente e com outros exames, a fim de chegar a um diagnóstico.

Quando realizada para fins terapêuticos, a Cistoscopia pode variar um pouco na sua execução e demora mais algum tempo.

A realização de uma Cistoscopia dói?

Quando o paciente se encontra consciente durante a realização do exame, este é, regra geral, muito bem tolerado. Porquê? Primeiro, porque o efeito da anestesia diminui a sensibilidade do local. Depois, porque o uso do lubrificante, administrado dentro da uretra, facilita a introdução e progressão do cistoscópio pelo aparelho urinário. Por fim, o uso de um cistoscópio flexível também contribui para que o processo seja menos traumático e mais confortável, pois adapta-se ao formato das estruturas anatómicas.


Desta forma, é possível evitar a sensação dolorosa durante o procedimento. No entanto, é natural sentir um desconforto ligeiro, semelhante à vontade de urinar. Para a diminuir, é importante tentar relaxar o mais possível a musculatura pélvica.


Para as mulheres este exame costuma ser também mais confortável, graças ao reduzido comprimento da uretra e à consequente facilidade em aceder à bexiga. Nos homens, a sensação pode ser mais intensa, dado o comprimento da uretra e a presença de uretra prostática. Contudo, mesmo nestes casos, trata-se de um exame facilmente suportável, desde que realizado com os devidos cuidados.

O que esperar após uma Cistoscopia?

Este é um exame de diagnóstico seguro, tanto durante a sua realização como depois de finalizado. Isto deve-se ao facto de se tratar de um procedimento pouco invasivo e pouco agressivo. Por esta razão, é possível retomar a vida normal após a sua realização. Quanto às complicações, como infecções ou lesões nas estruturas urinárias, também são pouco prováveis.


Porém, é normal que sejam notadas algumas sensações ou efeitos secundários após fazer uma Cistoscopia, como:

  • Ardor ao urinar;
  • Vontade frequente de urinar;
  • Desconforto na zona da bexiga e uretra;
  • Presença de pequenas quantidades de sangue na urina.


Todos estes efeitos são leves e costumam ser passageiros, acabando por desaparecer de forma espontânea durante as primeiras 24 ou 48 horas.


De qualquer forma, para os atenuar e para reduzir o risco de problemas podem ser seguidas algumas recomendações básicas, como por exemplo:

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  • Beber muita água, para aumentar a produção e diluir a urina, aliviando mais rapidamente quaisquer sintomas e diminuir a probabilidade de infecção urinária;
  • tomar um anti-inflamatório ou um medicamento como o flavoxato;
  • evitar picantes e ácidos durante 1-2 dias;
  • em alguns casos, pode ser prescrito um antibiótico, a realizar durante 1-2 dias.

Só existe razão para alarme quando surgem outros sinais mais sérios, intensos e/ou prolongados, como incapacidade de esvaziar a bexiga, hemorragia excessiva ou com coágulos, dor intensa ou febre. Nesse caso, é fundamental procurar ajuda médica para determinar e tratar a causa destas complicações.

Como escolher o melhor local para fazer uma Cistoscopia e avaliar de forma rigorosa a sua bexiga?

Agora que já sabe ao certo do que se trata uma Cistoscopia, como é realizada e qual o seu contributo para um diagnóstico ou tratamento, é preciso saber onde realizar este exame. Este exame é sempre executado por um Médico Urologista.

No Instituto da Próstata contamos com uma equipa de profissionais de Urologia com uma experiência vasta e profunda em doenças urológicas e nos seus meios de diagnóstico, incluindo a Cistoscopia. Além de recursos humanos de excelência, contamos com os melhores meios tecnológicos para realização deste e doutros exames urológicos e utilizamos as melhores técnicas de realização dos mesmos.

Assim sendo, conseguimos analisar o seu caso de forma rigorosa e aconselhar acerca das melhores práticas tendo em conta o quadro clínico em questão.

Contacte-nos para marcar uma Cistoscopia e vigie o estado da sua bexiga. Esse será um caminho para o seu bem-estar, qualidade de vida e saúde.

Dr. José Santos Dias

Director Clínico do Instituto da Próstata

  • Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Especialista em Urologia
  • Fellow do European Board of Urology
  • Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"

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