Ter uma glândula prostática aumentada de volume, num quadro conhecido como Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), pode causar muitos sintomas incomodativos, com impactos reais no bem-estar. Isto só faz aumentar a procura por soluções eficazes que permitam reduzir o tamanho da próstata e acabar com as queixas.
Ainda assim, por ser um problema muito frequente, também existem muitas informações disponíveis pouco confiáveis sobre o assunto, em especial relacionadas com fórmulas naturais para resolver esta condição.
Neste artigo tem acesso a dados credíveis acerca dos melhores tratamentos para reduzir o tamanho da sua glândula prostática, desde os mais ligeiros aos mais interventivos, e ainda clarificamos se pode confiar em algumas terapias populares.
Qual a melhor forma de reduzir o tamanho da Próstata?
A Hiperplasia Benigna da Próstata é uma doença frequente, afectando muitos homens. Dada a diversidade da doença, as soluções de tratamento multiplicam-se.
Apesar de sofrerem constantes desenvolvimentos, tornando-se cada vez mais eficazes e seguras, ainda há quem prefira recorrer, quando possível, a métodos naturais, na esperança de resolver o problema e prevenir eventuais consequências, inerentes a técnicas mais interventivas. Mas é importante perceber se estas soluções funcionam, se são também eficientes e seguras.
Para reduzir o tamanho da próstata – e, como consequência, atenuar os sintomas – há quem experimente a fitoterapia como um método de tratamento. A preferência é por extractos com compostos que influenciem os processos de produção de testosterona e que sejam anti-inflamatórios e antioxidantes.
Algumas das substâncias usadas mais populares são:
- Casca de pygeum;
- Serenoa repens (saw palmetto);
- Sementes de abóbora;
- Urtiga;
- Licopeno (encontrado em muitas frutas, como o tomate).
A questão é que não existem evidências que comprovem a eficácia da fitoterapia na melhoria dos sintomas ou na redução da próstata, muito menos em casos de queixas significativas.
Além do mais, estes extractos carecem de regulamentação por entidades credíveis e especializadas, como o FDA (Food and Drug Administration), pelo que é impossível garantir a sua segurança e a ausência de efeitos secundários. Assim, é fundamental que discuta com o médico a possibilidade de recorrer a esta solução.
A melhor estratégia pode passar então por recorrer a métodos de tratamento comprovados, que apresentam taxas de eficácia na ordem dos 95%!
Hoje existem diversas opções para reduzir o tamanho da próstata que, regra geral, incidem também na atenuação dos sintomas. A definição da estratégia terapêutica depende de factores como:
- Idade do paciente;
- Tamanho da próstata;
- Estado de saúde geral;
- Nível de desconforto sentido;
- Impacto dos sintomas na qualidade de vida;
- Capacidade de tolerância aos sintomas.
De um modo geral, casos ligeiros com poucos sintomas requerem estratégias mais simples, que levam a resultados progressivos. Por outro lado, quanto maior for o tamanho da glândula e a repercussão das queixas no bem-estar do paciente, mais interventivas são as técnicas terapêuticas.
Tem sintomas leves e pouco incomodativos?
Quando a sintomatologia, embora evidente, apresenta pouca repercussão na qualidade de vida geral, podem ser recomendadas algumas medidas de alterações de comportamento e de estilos de vida. As mesmas podem até ser adoptadas associadas à vigilância regular, como forma de prevenção do agravamento do quadro clínico.
Saiba que estas mudanças comportamentais não permitem reduzir o tamanho da próstata, embora possam contribuir para aliviar as queixas e evitar o desconforto. Vejamos alguns exemplos:
- Evitar o consumo de substâncias irritativas da bexiga, como café, álcool, refrigerantes e alimentos ácidos ou picantes, que possam aumentar a produção de urina e/ou tornar a bexiga mais “sensível”;
- Urinar aquando da primeira sensação de vontade de urinar, evitando o enchimento exagerado da bexiga;
- “Treinar” a bexiga, agendando idas à casa de banho (por exemplo de 2 em 2, 4 em 4 ou 6 em 6 horas) para contornar a vontade miccional repentina;
- “Espremer” ligeiramente a uretra depois de urinar para prevenir o gotejo pós-miccional;
- Limitar a ingestão de bebidas ao fim do dia e à noite, evitando as micções nocturnas;
- Cumprir uma dieta saudável, com alimentos ricos em fibra, evitando a obesidade, um dos factores que aumenta a probabilidade de HBP;
- Evitar, sob orientação médica, fármacos que agravem os sintomas, como certos descongestionantes;
- Urinar antes de sair dos locais (trabalho ou casa), para evitar ficar muito aflito e ter de esperar para iniciar a micção ou, pelo contrário, não conseguir reter a urina.
Quando as queixas são moderadas ou graves
Perante sintomatologia significativa, com relativa interferência na qualidade de vida, uma das possibilidades de tratamento para a próstata aumentada passa pela toma de medicamentos para ajudar a controlá-la ou até para provocar a redução da glândula prostática. Os mais usados são:
- Alfa-bloqueantes: sendo os mais comuns a tansulosina, a silodosina, a alfuzosina e a doxazosina, podem ser usados em próstatas de várias dimensões, pequenas e mais volumosas,, provocando o relaxamento dos músculos desta glândula e da bexiga, beneficiando a expulsão adequada de urina;
- Inibidores da 5-alfa redutase: usados em próstatas volumosas, estes medicamentos (finasteride, dutasteride) têm uma acção hormonal, bloqueando o efeito da testosterona na próstata, o que faz com que o seu crescimento diminua ou seja interrompido ou mesmo reduza o seu tamanho.
A velocidade com que se alcançam resultados depende do tipo de fármaco. Nos alfa-bloqueantes, tendem a aparecer de forma rápida, em poucos dias. Já nos inibidores da 5-alfa redutase, evidências mostram que podem reduzir o tamanho da próstata mas para tal podem necessitar de 6 meses a 1 ano.
Além disso, ambos podem provocar efeitos secundários importantes: no primeiro caso, é frequente sentir tonturas ou alterações na ejaculação (anejaculação, ejaculação retrógrada, no segundo diminuição da líbido, redução da quantidade de sémen ou problemas de erecção.
É ainda possível combinar estes dois grupos de medicamentos, em situações em que, de forma individual, são ineficazes.
Alternativas à Terapêutica Médica: Técnicas Minimamente Invasivas ou Cirúrgicas
Quando os fármacos anteriores são incapazes de provocar as melhorias desejadas, caso o quadro clínico do paciente inviabilize a sua toma ou os efeitos secundários forem demasiado indesejáveis, é possível recorrer, como primeira opção, a métodos minimamente invasivos. Estes podem ser eficazes em casos de sintomas moderados ou graves.
Com os desenvolvimentos dos tratamentos para HBP, surgiram métodos que permitem reduzir o tamanho da próstata de forma rápida, apenas num dia. São eles:
- Rezum: num processo rápido e simples, utiliza-se um sistema próprio, o Rezum, para destruir o tecido prostático em excesso através de agulhas, através das quais são fornecidas doses de energia térmica às células da próstata, através de vapor de água produzido por radiofrequência; explorando as propriedades termodinâmicas da água, ocorre uma transferência de calor por convectividade (e não por conductividade, como acontece com outras fontes de energia). Esta energia destrói as células da próstata aumentada, e apenas estas;
- Terapia Laser: podendo ser administrado com diversas técnicas e utilizando vários tipos de laser, é também efectuada através da uretra, direccionando, através de fibras ópticas, a fonte de energia até ao tecido obstrutivo, destruindo-o.
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Como procedimentos minimamente invasivos e precisos que são, conferem segurança com elevado grau de eficácia. Isto também faz com que provoquem poucos ou até nenhuns efeitos secundários, podendo ser opção para jovens que receiem consequências a nível sexual.
O risco de complicações é reduzido e é possível retomar as actividades habituais de forma quase imediata. Quanto aos resultados, por permitirem eliminar o tecido em excesso, são prolongados, podendo começar a ser notados de forma progressiva.
Métodos Cirúrgicos – como funcionam?
Em alternativa aos procedimentos anteriores, o tratamento para a HBP pode passar por métodos cirúrgicos, cujo objectivo é eliminar o tecido que está a causar o aumento de volume da próstata.
Todos requerem anestesia. Em alguns casos também incisões na pele. Apresentam também resultados bastante eficientes.
A remoção do tecido obstrutivo também pode ser realizada através de uma Cirurgia Endoscópica, que pode assumir diversas variantes consoante o tamanho da próstata. A mais utilizada é a Ressecção Trans-uretral da Próstata, que usa um sistema de vídeo para controlar o processo e transmite uma corrente eléctrica através de um aparelho introduzido na uretra, fraccionando e retirando o tecido alvo.
Existem vários tipos de Ressecção Trans-uretral clássica, como a Ressecção Trans-uretral com corrente monopolar ou, cada vez mais utilizada, bipolar - que usa uma corrente eléctrica especial. A Vaporização Trans-uretral da Próstata, actualmente raramente utilizada, em que se vaporiza o tecido para o destruir.
A Cirurgia Endoscópica pode ainda assumir a forma de Incisão Trans-uretral da Próstata, ideal para glândulas muito pequenas, em que se realiza um corte desde a próstata até à sua cápsula, mas sem recolher tecido.
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Uma das hipóteses de tratamento também cada vez mais utilizada diz respeito à Cirurgia Laparoscópica, também ela minimamente invasiva, em substituição da cirurgia “aberta” clássica.. Trata-se de um processo em que, através de pequenas incisões na pele, se introduz um laparoscópio que transmite imagens do interior do corpo e se utilizam instrumentos cirúrgicos especiais, que removem a zona da próstata em excesso.
Indicada para órgãos volumosos, apresenta um tempo de internamento e recuperação reduzidos em relação à cirurgia aberta clássica.
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Por último, é ainda possível recorrer à Cirurgia Clássica Aberta. Por ser mais agressiva que as anteriores, é reservada a casos específicos, como próstatas muito grandes ou presença de problemas na bexiga, como cálculos ou divertículos, ou quando não é possível, por algum motivo, realizar métodos endoscópicos ou laparoscópicos.
Através de uma incisão abaixo do umbigo, permite realizar a enucleação do tecido pela cápsula da próstata ou pela bexiga.
Ao contrário dos primeiros procedimentos cirúrgicos, que são pouco invasivos, a técnica clássica pode trazer mais consequências, como infecções ou hemorragia, ou efeitos a nível sexual, em especial disfunção eréctil ou ejaculação retrógrada.
Faça um diagnóstico rigoroso e descubra a melhor forma de tratar o seu problema de Próstata
Assim como os métodos naturais/suplementos, todos os tratamentos para a Hiperplasia Benigna da Próstata exigem aconselhamento médico e devem ser discutidos com profissionais habilitados. Mesmo que um procedimento lhe pareça melhor que outro, só um especialista consegue confirmar, por meio de uma avaliação adequada, se o mesmo é indicado para si.
Além do mais, é fundamental tirar todas as dúvidas sobre a Hiperplasia Benigna da Próstata, para que saiba como lidar com a doença.
No Instituto da Próstata esclarecemos os pacientes acerca das possibilidades de tratamento tendo em conta o seu quadro clínico e as suas preferências, sendo ainda acompanhados durante todo o processo, fazendo ajustes quando necessário.
Marque uma consulta de diagnóstico e descubra a melhor forma de reduzir o tamanho da próstata, livrando-se de sintomas incómodos.