Atualizado em 31/10/2025
Ter uma glândula prostática aumentada de volume, num quadro conhecido como Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), pode causar muitos sintomas incomodativos, com impactos reais no bem-estar. Isto só faz aumentar a procura por soluções eficazes que permitam reduzir o tamanho da próstata e acabar com as queixas.
Ainda assim, por ser um problema muito frequente, também existem muitas informações disponíveis pouco confiáveis sobre o assunto, em especial relacionadas com fórmulas naturais para resolver esta condição.
Neste artigo tem acesso a dados credíveis acerca dos melhores tratamentos para reduzir o tamanho da sua glândula prostática, desde os mais ligeiros aos mais interventivos, e ainda clarificamos se pode confiar em algumas terapias populares.
Qual a melhor forma de reduzir o tamanho da Próstata?
A Hiperplasia Benigna da Próstata é uma doença frequente, afectando muitos homens. Dada a diversidade da doença, as soluções de tratamento multiplicam-se.
Apesar de sofrerem constantes desenvolvimentos, tornando-se cada vez mais eficazes e seguras, ainda há quem prefira recorrer, quando possível, a métodos naturais, na esperança de resolver o problema e prevenir eventuais consequências, inerentes a técnicas mais interventivas. Mas é importante perceber se estas soluções funcionam, se são também eficientes e seguras.
Para reduzir o tamanho da próstata – e, como consequência, atenuar os sintomas – há quem experimente a fitoterapia como um método de tratamento. A preferência é por extractos com compostos que influenciem os processos de produção de testosterona e que sejam anti-inflamatórios e antioxidantes.
Algumas das substâncias usadas mais populares são:
- Casca de pygeum;
- Serenoa repens (saw palmetto);
- Sementes de abóbora;
- Urtiga;
- Licopeno (encontrado em muitas frutas, como o tomate).
A questão é que não existem evidências que comprovem a eficácia da fitoterapia na melhoria dos sintomas ou na redução da próstata, muito menos em casos de queixas significativas.
Além do mais, estes extractos carecem de regulamentação por entidades credíveis e especializadas, como o FDA (Food and Drug Administration), pelo que é impossível garantir a sua segurança e a ausência de efeitos secundários. Assim, é fundamental que discuta com o médico a possibilidade de recorrer a esta solução.
A melhor estratégia pode passar então por recorrer a métodos de tratamento comprovados, que apresentam taxas de eficácia na ordem dos 95%!
Hoje existem diversas opções para reduzir o tamanho da próstata que, regra geral, incidem também na atenuação dos sintomas. A definição da estratégia terapêutica depende de factores como:
- Idade do paciente;
- Tamanho da próstata;
- Estado de saúde geral;
- Nível de desconforto sentido;
- Impacto dos sintomas na qualidade de vida;
- Capacidade de tolerância aos sintomas.
De um modo geral, casos ligeiros com poucos sintomas requerem estratégias mais simples, que levam a resultados progressivos. Por outro lado, quanto maior for o tamanho da glândula e a repercussão das queixas no bem-estar do paciente, mais interventivas são as técnicas terapêuticas.
Tem sintomas leves e pouco incomodativos?
Quando a sintomatologia, embora evidente, apresenta pouca repercussão na qualidade de vida geral, podem ser recomendadas algumas medidas de alterações de comportamento e de estilos de vida. As mesmas podem até ser adoptadas associadas à vigilância regular, como forma de prevenção do agravamento do quadro clínico.
Saiba que estas mudanças comportamentais não permitem reduzir o tamanho da próstata, embora possam contribuir para aliviar as queixas e evitar o desconforto. Vejamos alguns exemplos:
- Evitar o consumo de substâncias irritativas da bexiga, como café, álcool, refrigerantes e alimentos ácidos ou picantes, que possam aumentar a produção de urina e/ou tornar a bexiga mais “sensível”;
- Urinar aquando da primeira sensação de vontade de urinar, evitando o enchimento exagerado da bexiga;
- “Treinar” a bexiga, agendando idas à casa de banho (por exemplo de 2 em 2, 4 em 4 ou 6 em 6 horas) para contornar a vontade miccional repentina;
- “Espremer” ligeiramente a uretra depois de urinar para prevenir o gotejo pós-miccional;
- Limitar a ingestão de bebidas ao fim do dia e à noite, evitando as micções nocturnas;
- Cumprir uma dieta saudável, com alimentos ricos em fibra, evitando a obesidade, um dos factores que aumenta a probabilidade de HBP;
- Evitar, sob orientação médica, fármacos que agravem os sintomas, como certos descongestionantes;
- Urinar antes de sair dos locais (trabalho ou casa), para evitar ficar muito aflito e ter de esperar para iniciar a micção ou, pelo contrário, não conseguir reter a urina.
Quando as queixas são moderadas ou graves

Perante sintomatologia significativa, com relativa interferência na qualidade de vida, uma das possibilidades de tratamento para a próstata aumentada passa pela toma de medicamentos para ajudar a controlá-la ou até para provocar a redução da glândula prostática. Os mais usados são:
- Alfa-bloqueantes: sendo os mais comuns a tansulosina, a silodosina, a alfuzosina e a doxazosina, podem ser usados em próstatas de várias dimensões, pequenas e mais volumosas,, provocando o relaxamento dos músculos desta glândula e da bexiga, beneficiando a expulsão adequada de urina;
- Inibidores da 5-alfa redutase: usados em próstatas volumosas, estes medicamentos (finasteride, dutasteride) têm uma acção hormonal, bloqueando o efeito da testosterona na próstata, o que faz com que o seu crescimento diminua ou seja interrompido ou mesmo reduza o seu tamanho.
A velocidade com que se alcançam resultados depende do tipo de fármaco. Nos alfa-bloqueantes, tendem a aparecer de forma rápida, em poucos dias. Já nos inibidores da 5-alfa redutase, evidências mostram que podem reduzir o tamanho da próstata mas para tal podem necessitar de 6 meses a 1 ano.
Além disso, ambos podem provocar efeitos secundários importantes: no primeiro caso, é frequente sentir tonturas ou alterações na ejaculação (anejaculação, ejaculação retrógrada, no segundo diminuição da líbido, redução da quantidade de sémen ou problemas de erecção.
É ainda possível combinar estes dois grupos de medicamentos, em situações em que, de forma individual, são ineficazes.
Alternativas à Terapêutica Médica: Técnicas Minimamente Invasivas ou Cirúrgicas
Quando os fármacos anteriores são incapazes de provocar as melhorias desejadas, caso o quadro clínico do paciente inviabilize a sua toma ou os efeitos secundários forem demasiado indesejáveis, é possível recorrer, como primeira opção, a métodos minimamente invasivos. Estes podem ser eficazes em casos de sintomas moderados ou graves.
Com os desenvolvimentos dos tratamentos para HBP, surgiram métodos que permitem reduzir o tamanho da próstata de forma rápida, apenas num dia. São eles:
- Aquablation: nesta técnica realiza-se a a destruição da próstata aumentada através de jacto de água, com um sistema robotizado, muito preciso. Este jacto de água destrói e remove o tecido prostático em excesso, assim descomprimindo a uretra.
- Enucleação: nesta técnica, o tecido prostático é removido através da uretra, depois de se terem libertado os lobos laterais da próstata, bem como o lobo médio (quando presente), através da aplicação de energia bipolar ou laser no plano entre o tecido hiperplasiado e a cápsula prostática; este tecido que “cai” para o interior da bexiga é depois morcelizado (“guilhotinado” em pequenos fragmentos) e extraído do interior deste orgão;
- Terapia Laser: podendo ser administrado com diversas técnicas e utilizando vários tipos de laser, é também efectuada através da uretra, direccionando, através de fibras ópticas, a fonte de energia até ao tecido obstrutivo, destruindo-o.
Como procedimentos minimamente invasivos e precisos que são, conferem segurança com elevado grau de eficácia. Isto também faz com que provoquem poucos ou até nenhuns efeitos secundários, podendo ser opção para jovens que receiem consequências a nível sexual.
O Aquablation é cada vez mais utilizado, pela melhor relação eficácia/efeitos secundários.
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De facto, trata-se de uma técnica muito eficaz e em que os resultados, sendo eliminado o tecido em excesso, são positivos e prolongados, podendo começar a ser notados desde a realização do tratamento e por vezes melhorando ainda de forma progressiva. O risco de complicações é reduzido, sendo possível retomar as actividades habituais de forma quase imediata.
Métodos Cirúrgicos – como funcionam?
Em alternativa aos procedimentos anteriores, o tratamento para a HBP pode passar por métodos cirúrgicos, cujo objectivo é eliminar o tecido que está a causar o aumento de volume da próstata.
Todos requerem anestesia. Em alguns casos também incisões na pele. Apresentam também resultados bastante eficientes.
A remoção do tecido obstrutivo também pode ser realizada através de uma Cirurgia Endoscópica, que pode assumir diversas variantes consoante o tamanho da próstata. A mais utilizada é a Ressecção Trans-uretral da Próstata, que usa um sistema de vídeo para controlar o processo e transmite uma corrente eléctrica através de um aparelho introduzido na uretra, fraccionando e retirando o tecido alvo.
Existem vários tipos de Ressecção Trans-uretral clássica, como a Ressecção Trans-uretral com corrente monopolar ou, cada vez mais utilizada, bipolar - que usa uma corrente eléctrica especial. A Vaporização Trans-uretral da Próstata, actualmente raramente utilizada, em que se vaporiza o tecido para o destruir.
A Cirurgia Endoscópica pode ainda assumir a forma de Incisão Trans-uretral da Próstata, ideal para glândulas muito pequenas, em que se realiza um corte desde a próstata até à sua cápsula, mas sem recolher tecido.
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Uma das hipóteses de tratamento também cada vez mais utilizada diz respeito à Cirurgia Laparoscópica ou Robótica, também elas minimamente invasivas, em substituição da cirurgia “aberta” clássica.. Trata-se de um processo em que, através de pequenas incisões na pele, se introduz um laparoscópio que transmite imagens do interior do corpo e se utilizam instrumentos cirúrgicos especiais, que removem a zona da próstata em excesso.
Indicada para órgãos muito volumosos, apresenta um tempo de internamento e recuperação reduzidos em relação à cirurgia aberta clássica mas, ainda assim, superior às técnicas como o Aquablation.
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Por último, é ainda possível recorrer à Cirurgia Clássica Aberta. Por ser mais agressiva que as anteriores, é reservada a casos específicos, como próstatas muito grandes ou presença de problemas na bexiga, como cálculos ou divertículos, ou quando não é possível, por algum motivo, realizar métodos endoscópicos ou laparoscópicos.
Através de uma incisão abaixo do umbigo, permite realizar a enucleação do tecido pela cápsula da próstata ou pela bexiga.
Ao contrário dos primeiros procedimentos cirúrgicos, que são pouco invasivos, a técnica clássica pode trazer mais consequências, como infecções ou hemorragia, ou efeitos a nível sexual, em especial disfunção eréctil ou ejaculação retrógrada.
Faça um diagnóstico rigoroso e descubra a melhor forma de tratar o seu problema de Próstata
Assim como os métodos naturais/suplementos, todos os tratamentos para a Hiperplasia Benigna da Próstata exigem aconselhamento médico e devem ser discutidos com profissionais habilitados. Mesmo que um procedimento lhe pareça melhor que outro, só um especialista consegue confirmar, por meio de uma avaliação adequada, se o mesmo é indicado para si.
Além do mais, é fundamental tirar todas as dúvidas sobre a Hiperplasia Benigna da Próstata, para que saiba como lidar com a doença.
No Instituto da Próstata esclarecemos os pacientes acerca das possibilidades de tratamento tendo em conta o seu quadro clínico e as suas preferências, sendo ainda acompanhados durante todo o processo, fazendo ajustes quando necessário.
Marque uma consulta de diagnóstico e descubra a melhor forma de reduzir o tamanho da próstata, livrando-se de sintomas incómodos.









