As opções terapêuticas para a próstata aumentada, ou Hiperplasia Benigna da Próstata, são uma forma de acabar com a sintomatologia típica e incomodativa.
Hoje em dia existe uma vasta gama de opções para o tratamento deste problema. Mas como saber quais as mais eficazes e que melhor se adequam a cada caso específico?
É o que vamos descobrir.
Quais são as opções?
Cada tratamento tem efeitos, funções e procedimentos diferentes, sendo que para cada caso existe uma solução adequada que considera as causas da próstata aumentada, os sintomas que provoca e a respectiva intensidade, bem como a dimensão do órgão.
Em determinadas situações, geralmente quando as queixas são ligeiras e não afectam significativamente a vida da pessoa ou quando não são sentidos quaisquer sintomas, os pacientes podem apenas ser vigiados regularmente para controlar a evolução da doença.
Contudo, uma grande parte dos homens exige um tratamento mais interventivo, com medicamentos, métodos minimamente invasivos ou técnicas cirúrgicas mais convencionais.
1. Terapêutica Médica
Para sintomas ligeiros, podem ser recomendadas algumas medidas comportamentais para os aliviar:
- Urinar antes de sair de casa ou do trabalho;
- Não estar muito tempo sem urinar;
- Comprimir a uretra no fim de urinar;
- Reduzir a ingestão de líquidos ao final do dia;
- Urinar sempre antes do deitar e ao levantar
- Não reter urina e urinar ao primeiro sinal de vontade;
- Evitar alimentos ácidos, picantes e outros semelhantes.
Quando a sintomatologia afecta negativamente com o bem-estar do paciente, pode ser utilizada a seguinte terapia médica:
- Alfa-bloqueantes: promovem o relaxamento muscular intra-prostático e da parte inferior da bexiga, diminuindo a resistência do fluxo urinário. Utilizados em todas as dimensões e volumes prostáticos, os seus efeitos são notados ao fim de alguns dias;
- Inibidores de 5-alfa redutase: mais eficazes em próstatas grandes, inibem a produção do derivado da testosterona que promove a hiperplasia, com melhorias sentidas após alguns meses. Podem provocar efeitos secundários, sobretudo sexuais;
- Fitoterapia: são utilizados extractos de plantas. Apesar de poderem ser benéficos, existe possibilidade de causarem efeitos secundários.
2. Rezum
Sendo minimamente invasivo, a técnica de Rezum apresenta resultados muito eficazes e prolongados, de forma pouco agressiva, sem interferir na função sexual.
De forma simples e rápida, direccionam-se doses de energia térmica na forma de vapor de água para a próstata, eliminando as células em excesso.
É indicado para quem não obteve resultados satisfatórios com outros tratamentos ou para quem deseja evitar procedimentos cirúrgicos ou os efeitos secundários dos medicamentos.
3. Laser da Próstata
Também minimamente invasivo, o Laser da Próstata proporciona bons resultados de forma rápida e sem complicações, incluindo para próstatas de grandes dimensões.
Podem ser utilizados vários tipos de laser, conduzidos através da uretra por fibras ópticas, que destroem e retiram o tecido em excesso, recuperando o normal funcionamento da bexiga de forma gradual. Pode efectuar-se vaporização da próstata ou, para próstatas de maior volume, a técnica de enucleação. Para esta última técnica é necessário utilizar um equipamento adicional, chamado “morcelador”, para retirar o tecido prostático, que se enucleou, para o exterior.
4. Cirurgia Clássica Aberta
Também conhecida como prostatectomia aberta, a Cirurgia Clássica consiste na remoção do tecido prostático causador da obstrução para recuperar a função urinária.
Dado que é uma metodologia mais agressiva, por exigir incisões na pele, é reservada para casos de próstatas muito volumosas, quando existem divertículos ou grandes cálculos na bexiga.
Pode ser realizada com uma incisão da pele e depois da “cápsula” da próstata ou através da bexiga (o que implica “abrir” também este órgão), sendo que esta última opção é menos comum.
Procede-se à incisão da pele abaixo do umbigo, na linha média, abordando-se depois o espaço pré-prostático, a “cápsula” do órgão e inicia-se depois a enucleação e retirada do tecido em excesso.
Ainda que possa causar efeitos secundários a nível sexual ou perdas de urina, é uma técnica eficaz e os seus resultados são muito positivos.
5. Cirurgia Endoscópica
A Cirurgia Endoscópica apresenta menos riscos que a cirurgia aberta, com a mesma eficácia.
O objectivo é também remover a parte aumentada da próstata, mas desta vez por via endoscópica.
Existem diversas variantes:
- Ressecção Trans-uretral da Próstata (RTU-P): é ainda a mais utilizada actualmente. Usando um aparelho (ressectoscópio) introduzido na uretra, é passada uma corrente eléctrica especial que secciona e retira os fragmentos prostáticos, permitindo ainda a coagulação dos vasos para controlar a hemorragia;
- Ressecção Trans-uretral com Corrente Bipolar: variante da anterior, em que se utiliza uma corrente eléctrica especial (“bipolar”), que tem várias vantagens, como permitir a secção dos fragmentos com coagulação simultânea dos casos sanguíneos; por isso, existe menor risco de hemorragia;
- Enucleação bipolar: à semelhança da técnica que utiliza o laser, é também possível fazer uma enucleação endoscópica, com a corrente bipolar; é também muito eficaz e permite tratar por via endoscópica próstatas que, no passado, obrigavam a uma cirurgia aberta;
- Vaporização Trans-uretral da Próstata (VTU-P): mais uma variante da RTU-P, que desta vez destrói o tecido, que é vaporizado. Geralmente esta corrente eléctrica causa mais queixas irritativas da bexiga no pós-operatório; utilizada no passado, é muito pouco utilizada actualmente, tendo caído em desuso;
- Incisão Trans-uretral da Próstata (ITU-P): para próstatas pequenas, envolve um corte profundo até à cápsula, sem retirar tecido. É mais rápida, com menor risco de complicações e menor incidência de consequências sexuais, mas apenas possível em próstatas de muito pequena dimensão.
6. Cirurgia Laparoscópica
Indicada para próstatas grandes, a Cirurgia Laparoscópica procede à remoção exclusiva da parte interna da glândula, através de pequenas incisões na zona inferior do abdómen - para permitir o acesso ao laparoscópico, que permite visualizar a zona a operar e aos instrumentos cirúrgicos.
É também muito eficiente e apresenta vantagens em relação à prostatectomia aberta: menor tempo de recuperação, internamento e menor perda de sangue.
Outros Tratamentos
Ao longo do tempo, inúmeros outros tratamentos para a HBP foram estudados (TUNA, hipertermia, outros). Um novo método em estudo, ainda experimental, é conhecido como Aquablação.
Usada para próstatas volumosas, utiliza um jacto de água para remover o excesso de tecido prostático.
Ainda que aparente ter resultados positivos, nomeadamente no alívio dos sintomas e na consequente melhora da qualidade de vida, são necessários mais dados que validem esta terapia. É ainda uma técnica experimental, não validada na prática clínica e a aguardar a publicação de mais resultados, em relação à eficácia imediata e a longo prazo, bem como aos riscos e efeitos secundários.
Encontre o melhor estratégia terapêutica – consulte um médico para o ajudar
Ninguém melhor que um médico especializado para ajudar a definir o melhor tratamento para a próstata aumentada.
Além disso, independentemente do método, é importante que seja acompanhado e avaliado ao longo do tempo.
No Instituto da Próstata dispomos de todos os meios para lhe proporcionar um tratamento e acompanhamento adequados.