Os Tratamentos mais eficazes para homens com Próstata Aumentada

Atualizado em 31/10/2025

 

As opções terapêuticas para a próstata aumentada, ou Hiperplasia Benigna da Próstata, são uma forma de acabar com a sintomatologia típica e incomodativa.

Hoje em dia existe uma vasta gama de opções para o tratamento deste problema. Mas como saber quais as mais eficazes e que melhor se adequam a cada caso específico?

É o que vamos descobrir.

Quais são as opções? 

Cada tratamento tem efeitos, funções e procedimentos diferentes, sendo que para cada caso existe uma solução adequada que considera as causas da próstata aumentada, os sintomas que provoca e a respectiva intensidade, bem como a dimensão do órgão.

Em determinadas situações, geralmente quando as queixas são ligeiras e não afectam significativamente a vida da pessoa ou quando não são sentidos quaisquer sintomas, os pacientes podem apenas ser vigiados regularmente para controlar a evolução da doença.

Contudo, uma grande parte dos homens exige um tratamento mais interventivo, com medicamentos, métodos minimamente invasivos ou técnicas cirúrgicas mais convencionais.

Tratamento Prostata Aumentada

1. Terapêutica Médica

Para sintomas ligeiros, podem ser recomendadas algumas medidas comportamentais para os aliviar:

  • Urinar antes de sair de casa ou do trabalho;
  • Não estar muito tempo sem urinar;
  • Comprimir a uretra no fim de urinar;
  • Reduzir a ingestão de líquidos ao final do dia;
  • Urinar sempre antes do deitar e ao levantar
  • Não reter urina e urinar ao primeiro sinal de vontade;
  • Evitar alimentos ácidos, picantes e outros semelhantes.

Quando a sintomatologia afecta negativamente com o bem-estar do paciente, pode ser utilizada a seguinte terapia médica:

  • Alfa-bloqueantes: promovem o relaxamento muscular intra-prostático e da parte inferior da bexiga, diminuindo a resistência do fluxo urinário. Utilizados em todas as dimensões e volumes prostáticos, os seus efeitos são notados ao fim de alguns dias;
  • Inibidores de 5-alfa redutase: mais eficazes em próstatas grandes, inibem a produção do derivado da testosterona que promove a hiperplasia, com melhorias sentidas após alguns meses. Podem provocar efeitos secundários, sobretudo sexuais;
  • Fitoterapia: são utilizados extractos de plantas. Apesar de poderem ser benéficos, existe possibilidade de causarem efeitos secundários.

 

2. Aquablation

Sendo minimamente invasiva (isto é, pouco agressiva), a técnica de Aquablation apresenta resultados muito eficazes e duradouros, não interferindo na função sexual. Utiliza um robot cirúrgico desenvolvido especificamente para o tratamento desta doença.

De forma simples e rápida, utiliza-se um jacto de água sob pressão, frio, direccionado para as zonas da próstata que estão aumentadas, eliminando o tecido em excesso - sob um preciso e  contínuo controlo robotizado que é também efectuado, em tempo real, por ecografia.

É indicado para quem não obteve resultados satisfatórios com outros tratamentos, para quem deseja evitar procedimentos cirúrgicos e/ou para evitar os efeitos secundários dos medicamentos.

Tem ainda duas grandes vantagens adicionais: 

  1. permite tratar próstatas de qualquer forma, mesmo com “lobo médio” volumoso (parte da próstata que cresce para o interior da bexiga), que é uma contraindicação para algumas das outras técnicas.
  2. Permite tratar, por via endoscópica, próstatas de grande dimensão; de facto, esta forma de tratamento permite tratar próstatas volumosas que, com outras técnicas, não seria possível tratar por via endoscópica (implicando cirurgia laparoscópica ou aberta).

Usada para próstatas volumosas, utiliza um jacto de água para remover o excesso de tecido prostático.

É uma técnica que apresenta resultados muito positivos, nomeadamente no alívio dos sintomas e na consequente melhoria da qualidade de vida. É uma técnica já muito validada na prática clínica e com resultados duradouros, a longo prazo.

3. Enucleação da Próstata

Também minimamente invasivo, a Enucleação prostática com energia Bipolar ou Laser proporciona bons resultados de forma imediata e com reduzidas complicações, incluindo para próstatas volumosas.

Podem ser utilizados vários tipos de energia, como a energia bipolar (técnica designada por BIPOLEP) ou laser (conduzidos através da uretra por fibras ópticas), que destroem e retiram o tecido em excesso, recuperando o normal funcionamento da bexiga de forma gradual. Para esta técnica é necessário utilizar um equipamento adicional, chamado “morcelador”, para retirar o tecido prostático, que se “enucleou”, do interior da bexiga para o exterior.

Com os lasers, pode ainda efectuar-se a técnica de vaporização da próstata, em que se destrói o tecido prostático, que é transformado em vapor - daí o termo utilizado.

4. Cirurgia Endoscópica

A Cirurgia Endoscópica apresenta menos riscos que a cirurgia aberta, com a mesma eficácia.

O objectivo é também remover a parte aumentada da próstata, mas desta vez por via endoscópica.

Existem diversas variantes:

  • Ressecção Trans-uretral da Próstata (RTU-P): é ainda a mais utilizada actualmente. Usando um aparelho (ressectoscópio) introduzido na uretra, é passada uma corrente eléctrica especial que secciona e retira os fragmentos prostáticos, permitindo ainda a coagulação dos vasos para controlar a hemorragia;
  • Ressecção Trans-uretral com Corrente Bipolar: variante da anterior, em que se utiliza uma corrente eléctrica especial (“bipolar”), que tem várias vantagens, como permitir a secção dos fragmentos com coagulação simultânea dos casos sanguíneos; por isso, existe menor risco de hemorragia;
  • Enucleação bipolar: à semelhança da técnica que utiliza o laser, é também possível fazer uma enucleação endoscópica, com a corrente bipolar; é também muito eficaz e permite tratar por via endoscópica próstatas que, no passado, obrigavam a uma cirurgia aberta;
  • Vaporização Trans-uretral da Próstata (VTU-P): mais uma variante da RTU-P, que desta vez destrói o tecido, que é vaporizado. Geralmente esta corrente eléctrica causa mais queixas irritativas da bexiga no pós-operatório; utilizada no passado, é muito pouco utilizada actualmente, tendo caído em desuso;
  • Incisão Trans-uretral da Próstata (ITU-P): para próstatas pequenas, envolve um corte profundo até à cápsula, sem retirar tecido. É mais rápida, com menor risco de complicações e menor incidência de consequências sexuais, mas apenas possível em próstatas de muito pequena dimensão.

5. Cirurgia Laparoscópica

Indicada para próstatas grandes, a Cirurgia Laparoscópica procede à remoção exclusiva da parte interna da glândula, através de pequenas incisões na zona inferior do abdómen - para permitir o acesso ao laparoscópico, que permite visualizar a zona a operar e aos instrumentos cirúrgicos.

É também muito eficiente e apresenta vantagens em relação à prostatectomia aberta: menor tempo de recuperação, internamento e menor perda de sangue.

6. Cirurgia Robótica

Também indicada para próstatas grandes, a CIrurgia Robótica é uma variante - e uma evolução, mais recente e tecnologicamente mais avançada - da cirurgia laparoscópica. Nesta técnica utiliza-se um sistema robótico que permite que os gestos cirúrgicos sejam muito mais precisos, além de que a visualização em 3D (3 dimensões) durante toda a cirurgia, permite que o cirurgião esteja “imerso” no campo cirúrgico e o reconhecimento das diferentes estruturas seja muito melhor, mais nítido e preciso.

É ainda mais eficaz e apresenta vantagens em relação à prostatectomia aberta e à prostatectomia laparoscópica.

7. Cirurgia Clássica Aberta

Também conhecida como prostatectomia aberta, a Cirurgia Clássica consiste na remoção do tecido prostático causador da obstrução para recuperar a função do aparelho urinário inferior.

Dado que é uma metodologia mais agressiva, por exigir incisões na pele, é reservada para casos de próstatas muito volumosas, quando existem divertículos ou grandes cálculos na bexiga. Mesmo estes casos podem e devem, actualmente, ser operados por via robótica ou, no mínimo, laparoscópica.

Pode ser realizada com uma incisão da pele e, depois, com abertura da “cápsula” da próstata - ou através da bexiga (o que implica “abrir” também este órgão), sendo que esta última opção é menos comum.

Procede-se à incisão da pele abaixo do umbigo, na linha média, abordando-se depois o espaço pré-prostático, a “cápsula” do órgão, iniciando-se de seguida a enucleação romba, digital (neste caso no sentido literal, significando que é feita com um dedo) e retirado o tecido em excesso.

Ainda que possa causar mais problemas intra-operatórios, como hemorragia e efeitos secundários pós-operatórios, sobretudo a nível sexual ou de continência (com perdas de urina), é uma técnica eficaz e os seus resultados são positivos.

Encontre o melhor estratégia terapêutica – consulte um médico para o ajudar

Ninguém melhor que um médico especializado para ajudar a definir o melhor tratamento para a próstata aumentada.

Além disso, independentemente do método, é importante que seja acompanhado e avaliado ao longo do tempo.

No Instituto da Próstata dispomos de todos os meios para lhe proporcionar um tratamento e acompanhamento adequados.

 

Teste Ipss Sintomas Da Prostata

Dr. José Santos Dias

Director Clínico do Instituto da Próstata

  • Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Especialista em Urologia
  • Fellow do European Board of Urology
  • Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"