O Dr. José Santos Dias, Director Clínico do Instituto da Próstata, foi um dos oradores do XVI Simpósio da Associação Portuguesa de Urologia (APU), que decorreu no dia 10 de Outubro de 2020, em Lisboa, Porto e Coimbra.
Este evento, com características inéditas motivadas pela crise pandémica (habitualmente decorre num só local, mas este ano os participantes foram distribuídos por três locais distintos, uma opção em boa hora tomada pela direcção daquela Associação, como forma de evitar a aglomeração de pessoas num mesmo local), teve como mote as “Linhas de orientação em Urologia”.
As linhas de orientação (muitas vezes referidas como Guidelines), produzidas por grupos de peritos nas respectivas áreas, são fundamentais os médicos, para a correcta orientação dos doentes, para que a sua abordagem diagnóstica e a(s) terapêutica(s) proposta(s) sejam as mais adequadas e estejam de acordo com o estado da arte, ou seja, com as práticas recomendadas em cada momento, para cada problema ou doença. São essenciais para garantir que os doentes são “bem tratados”, de acordo com os melhores e mais actuais conhecimentos, em cada momento.
Integrado numa sessão sobre cancro da próstata, moderada pelo Presidente da Direcção da APU, Dr. Luís Abranches Monteiro, a conferência proferida pelo Dr. José Santos Dias abordou uma questão muito actual nos doentes com cancro da próstata: “Tratar mais cedo aumenta a sobrevida?”.
Em algumas fases da evolução do tumor da próstata foi, até há algum tempo, controverso se a instituição precoce de tratamentos melhorava a sobrevivência - e também a qualidade de vida.
Têm-se acumulado cada vez mais evidências, resultantes de diversos trabalhos publicados em anos recentes (trabalhos muito consistentes e relevantes, com elevado número de doentes, efectuados em diversos centros e em vários países), de que:
Tratar mais cedo os doentes com cancro da próstata permite a obtenção de melhores resultados, quer em relação à esperança/expectativa de vida, quer em relação à qualidade da mesma e ao bem estar dos doentes.
Tal afirmação é verdadeira mesmo em fases avançadas da doença, em que é necessário efectuar terapêuticas sistémicas de 2ª linha - quando os tumores se tornam resistentes às primeiras linhas/formas de tratamento.
As outras duas palestras integradas na mesma sessão de cancro da próstata, abordaram os temas seguintes: “Que tratamento escolher para estes doentes?”, em que se abordaram as dúvidas relativas às terapêuticas mais adequadas em algumas fases da doença e “O “amanhã” dos doentes com cancro da próstata”, onde foram revistas as evoluções futuras possíveis, no diagnóstico e tratamento dos homens afectados por esta doença.
Outros temas abordados neste simpósio foram os tumores do rim, os tumores da bexiga e a litíase urinária, outras patologias em que tem ocorrido uma grande evolução, nos últimos anos, com novas formas de tratamento, mais eficazes, mais seguras e menos invasivas.