Um Cancro Renal surge quando o processo de renovação celular do rim sofre alterações. O que acontece é que começam a ser produzidas células doentes ou as células existentes deixam de morrer na hora planeada, levando à sua acumulação e à formação do tumor. A boa notícia é que, na maioria dos casos, é possível tratar um Cancro no Rim.
Mas quais são os melhores tratamentos disponíveis? Como funcionam e quando podem ser usados? Neste artigo vamos responder a estas questões, explicando o processo desde o diagnóstico até ao uso das técnicas de tratamento. Deste modo, caso lhe tenha diagnosticado um tumor renal ou se desconfia que sofre deste problema, vai poder conhecer todas as suas opções.
Qual é a anatomia dos Rins e a sua função?
Posicionados em zona posterior à cavidade abdominal, os rins são estruturas com cerca de 11 cm que integram o aparelho urinário, sendo responsáveis pela filtragem do sangue. Os rins apresentam duas zonas principais: uma externa, designada córtex, e uma central e interna, conhecida como medula.
São constituídos por nefrónios, a sua unidade funcional, que por sua vez integram estruturas importantes como:
- Glomérulo - local onde ocorre a filtragem do sangue;
- Artéria renal – responsável por irrigar e vascularizar o rim;
- Veia renal - transporta o sangue filtrado do rim.
O rim é revestido por uma cápsula e, por fora desta, apresenta uma zona constituída por tecido adiposo e limitada por uma estrutura conhecida como fáscia de Gerota. Acima da parte superior do rim (designada por polo superior), encontra-se a glândula suprarrenal ou adrenal que liberta hormonas importantes para o funcionamento do organismo.
Por serem responsáveis pela filtração do sangue, os rins permitem eliminar toxinas e outros produtos que se encontram em excesso no organismo, através da urina. Desse processo, permanecem apenas as substâncias essenciais. Assim, a sua principal função é desintoxicar o corpo, permitindo que se mantenha mais saudável.
Para além disso, graças às hormonas que produzem e ao facto de gerarem urina, os rins permitem ainda:
- Regular a pressão arterial;
- Estimular a produção de células essenciais do sangue (como os glóbulos vermelhos);
- Contribuir para o metabolismo dos ossos, sendo o seu funcionamento essencial oara os tornar mais fortes;
- Equilibrar a quantidade de água do corpo.
Quão frequente é o Cancro no Rim?
De acordo com as últimas evidências fornecidas pelas maiores organizações de saúde globais, como a Organização Mundial de Saúde, o Cancro no Rim tem uma taxa de incidência elevada. Esta neoplasia encontra-se entre os 14 tipos de cancro mais frequentes no mundo, tendo ultrapassado a marca das 400 mil pessoas afectadas e os 170 mil óbitos em 2020.
As razões para esta incidência são ainda pouco claras, uma vez que o motivo que leva à alteração do processo de renovação celular e à consequente formação do tumor é desconhecido. O que se sabe é que, graças à melhoria dos métodos de diagnóstico, mais casos são descobertos - e em fases mais precoces do que no passado.
Além do mais, existem alguns factores que aumentam o risco de sofrer da doença e que contribuem para esta incidência. São eles:
- Idade superior a 60 anos;
- Género masculino;
- Tabagismo;
- Hipertensão arterial;
- Obesidade;
- Dietas ricas em carnes vermelhas;
- História familiar de doença;
- Factores genéticos;
- Tratamentos anteriores para patologias renais (como por exemplo Diálise);
- Exposição a produtos tóxicos (como o amianto, metais pesados e hidrocarbonetos);
- Doenças hereditárias (como a de Von Hippel-Lindau).
Que tipos de Cancro no Rim existem?
O Cancro Renal pode ser distinguido pelo local em que se encontra e pelo seu grau de evolução. Neste sentido, pode ser:
- Localizado – quando está limitado ao rim, sem ter ainda alastrado. É o seu estado mais inicial e menos agressivo;
- Localmente avançado – quando cresce para fora do órgão, atingindo zonas adjacentes. Tem uma evolução e agressividade intermédias;
- Metastizado – quando as células doentes viajam pelo sistema linfático e/ou pela corrente sanguínea e se espalham para locais distantes do corpo. É a fase mais avançada e agressiva de todas.
Também é possível distinguir um Cancro no Rim consoante o local e as células onde se formam. Neste sentido, os mais conhecidos são:
- Carcinoma das Células Renais (CCR) – desenvolve-se nos túbulos renais;
- Carcinoma de Células de Transição ou urotelial – forma-se na zona excretora do rim;
- Tumor de Wilms – o mais comum em crianças;
- Outros tumores – como sarcomas, carcinomas medulares do rim, entre outros.
O tipo mais comum de tumor no rim é o Carcinoma das Células Renais, que pode ainda dividir-se em subtipos. São eles:
- Carcinoma de células claras – tem uma prevalência de até 75%. As células distinguem-se por serem pequenas, claras e pálidas;
- Carcinoma do tipo papilar – com prevalência inferior a 15%, diferencia-se por ser um tumor pequeno, embora possa causar dor e obstruir as vias urinárias;
- Carcinoma do tipo cromófobo – apresenta uma prevalência de menos de 5%. As suas células também têm um aspecto pálido, mas têm maiores dimensões.
Como se diagnostica um Cancro no Rim?
O diagnóstico do Cancro Renal pode ser realizado em diferentes situações:
- Quando existem sintomas susceptíveis de doença – como sangue na urina, dor lombar, massa palpável, perda de apetite, febre, suores nocturnos ou fadiga;
- Quando se identificam factores de risco – como história familiar de patologia renal.
Contudo, o Cancro no Rim pode ser silencioso. Isto significa que nem sempre existem indícios de doença, em especial nas suas fases mais iniciais. Assim sendo, estes quadros podem ainda ser detectados acidentalmente, durante uma avaliação de rotina ou para outra patologia.
Seja qual for a situação, o momento e os exames de diagnóstico são fundamentais para a saúde dos pacientes. Em primeiro lugar, pode permitir descobrir a doença em estados iniciais, quando esta é mais curável. Depois, e quando se confirma a presença desta patologia, servem para determinar informações essenciais para o tratamento, como a sua dimensão, localização e estadiamento.
A primeira fase para diagnosticar um tumor no rim diz respeito ao estudo dos eventuais sintomas e da história clínica e ao exame físico, que pode passar pela medição da tensão arterial, entre outras práticas. Também podem ser realizadas análises ao sangue e à urina, a fim de detectar sangue, células cancerígenas ou outras substâncias indicativas de doença.
Por fim, utilizam-se alguns exames de imagem não invasivos para visualizar e identificar massas tumorais. Os mais usados são:
- Ecografia (renal/abdominal) – pode identificar tumores com alguma dimensão. A sua sensibilidade é elevada;
- Tomografia Computorizada (TC ou TAC) com ou sem contraste – pode ser usada em complementaridade com a Ecografia, para confirmar o diagnóstico e realizar o estadiamento do tumor.
Em determinados casos, pode ainda ser realizada uma Ressonância Magnética Nuclear, em complemento ou como alternativa à TC, ou uma Cintigrafia Óssea, se existirem suspeitas de metástases.
A Biópsia Renal, um método mais invasivo, pode ainda ser um exame de diagnóstico necessário, realizado quando os exames de imagem deixam algumas dúvidas. Neste caso, recolhem-se alguns fragmentos da lesão renal para serem analisados em laboratório, com o objectivo de averiguar a presença de células doentes.
Como se trata um Cancro no Rim?
Apesar de frequente, o Cancro no Rim é possível de tratar. O tratamento é mais eficaz e mais fácil de realizar quanto mais inicial e localizado for o tumor.
A forma mais utilizada para curar estes quadros localizados é através de cirurgia ao órgão, num procedimento conhecido como Nefrectomia. Este pode ser dividido em dois tipos:
- Nefrectomia Parcial – caracteriza-se pela remoção da zona do rim onde se encontra a massa tumoral e de alguns tecidos adjacentes, deixando a parte saudável e preservando ao máximo a função renal. É usada para tumores mais pequenos, quando o paciente só tem um rim ou quando existe patologia nos dois rins;
- Nefrectomia Radical – consiste na remoção total do rim e de outras estruturas próximas, como a glândula suprarrenal, a fáscia de Gerota e os gânglios linfáticos próximos. É indicada para tumores de maiores dimensões ou lesões mais avançadas e disseminadas, para remover o tumor principal, desde que o estado geral do paciente o permita.
Existem várias maneiras de realizar esta cirurgia. A mais tradicional e aberta utiliza incisões de grandes dimensões. Por essa razão, existe maior risco de lesionar zonas próximas e de haver complicações, como hemorragias. O tempo de internamento e de recuperação é também maior.
É para contornar estes cenários que a técnica de eleição para tratar um Cancro no Rim é a Cirurgia Laparoscópica. Este método requer apenas incisões milimétricas no abdómen, por onde passam instrumentos responsáveis por dissecar e retirar o tecido doente e, no final da cirurgia, o tumor ou o órgão – incluindo o laparoscópio, que integra uma câmara que permite ao médico visualizar o processo e aumentar a precisão da cirurgia.
Sendo pouco invasiva, face às cirurgias abertas, a Cirurgia Laparoscópica no tratamento do tumor no rim traz várias vantagens para os pacientes, como por exemplo:
- Risco de complicações mais reduzido – nomeadamente lesões em órgãos próximos, infecções, hérnias ou hemorragias - que, ainda assim, podem ocorrer, como em qualquer cirurgia;
- Internamento mais curto – entre 2 a 4 dias;
- Recuperação mais rápida – entre 10 e 14 dias;
- Retorno mais rápido às actividades habituais;
- Efeitos secundários mais ligeiros e transitórios – como desconforto local.
Que outros tratamentos existem para o Cancro no Rim?
Além da cirurgia, é ainda possível utilizar outros métodos pouco invasivos para tratar um Cancro no Rim, no caso dos tumores localizados. Estes procedimentos também são úteis quando a saúde do paciente contra-indica a cirurgia. São eles:
- Crioterapia: usa um gás gelado, libertado por agulhas, para congelar o tumor;
- Ablação por radiofrequência: utiliza correntes de radiofrequência para “aquecer” e matar as células doentes.
Para cancros mais avançados, em que a cura é menos provável, podem ser ainda utilizadas terapias sistémicas como a Quimioterapia, a Imunoterapia e a Terapia Angiogénica para desacelerar ou evitar o crescimento do tumor. A Radioterapia é também uma opção para controlar a doença.
Quais são os cuidados mais importantes a seguir após o tratamento de um Cancro no Rim?
Depois de realizar um tratamento para um tumor no rim é essencial cumprir algumas medidas. Estas ajudam a potenciar a recuperação, a evitar que a doença volte e a promover a saúde dos rins. São exemplos de cuidados:
- Evitar esforços físicos nas primeiras semanas;
- Ingerir muitos líquidos;
- Controlar a pressão arterial;
- Parar de fumar;
- Manter um peso saudável e uma dieta equilibrada;
- Reduzir o consumo de álcool, cafeína e refrigerantes.
Além destes cuidados, é ainda fundamental cumprir o acompanhamento médico que, regra geral, se prolonga por pelo menos 5 anos após o tratamento. O objectivo é monitorizar a evolução da situação clínica dos pacientes e despistar o eventual aparecimento de recidivas. Para isso, é frequente que, nas consultas, sejam realizados exames de imagem, como a Ecografia, e/ou análises ao sangue e à urina.
Confie nos especialistas do Instituto da Próstata para tratar um Cancro no Rim
Seja perante um diagnóstico positivo de Cancro Renal ou perante uma suspeita desta patologia, o importante é contar com um acompanhamento médico especializado neste tipo de patologias, que lhe permita encarar o problema com mais segurança.
No Instituto da Próstata, utilizamos os meios de diagnóstico mais avançados e tecnológicos. Por isso, conseguimos avaliar o seu caso com rigor e dar-lhe um veredicto confiável.
Temos também uma grande capacidade de resposta à doença, graças à nossa equipa multidisciplinar e às técnicas de tratamento avançadas e inovadoras que usamos. Desta forma, sabemos como tratar um Cancro no Rim com eficácia e da forma mais vantajosa para o paciente.
Usufrua da nossa experiência e lute pela saúde dos seus rins.