Tumor da Bexiga

O que é o Tumor da Bexiga?

A bexiga é um órgão do aparelho urinário que tem como função principal o armazenamento de urina, produzida pelos rins, antes da sua excreção final.

A parede da bexiga é constituída por várias camadas, sendo a mais superficial um epitélio específico do aparelho urinário, denominado epitélio de transição ou urotélio.

Este camada apresenta uma renovação celular elevada e estas células, muitas vezes, sofrem uma transformação, desenvolvem uma multiplicação anormal e originam a formação de um tumor.

O carcinoma da bexiga é a segunda causa de morte por neoplasia urológica, sendo a quarta causa de morte oncológica mais prevalente nos homens.

Factores de risco do Tumor da Bexiga

Os factores de risco mais conhecidos do tumor da bexiga são:
Tabagismo

Tabagismo

Exposicao Quimicos

Exposição a produtos químicos

Dna

Alterações genéticas

Bexiga

Inflamações crônicas da bexiga

Alguns produtos químicos podem causar causar tumor da bexiga, como as "aminas aromatizadas", tintas baseadas em anilina, nitritos e nitratos e contacto prolongado com carvão e/ou arsénio.

Por último, a algaliação crónica, a infecção por Schistosoma haematobium e a radioterapia pélvica estão identificados como factores geradores de inflamação crónica associada ao aparecimento de carcinomas.

A causa mais frequente, no entanto, é o tabagismo. A maioria dos doentes com tumor maligno da bexiga são fumadores.

Tipos de Tumores da Bexiga

Mais de 90 % dos tumores da bexiga são designados de uroteliais ou carcinomas de células de transição (CCT), porque se originam das células deste tipo.

Os carcinomas do urotélio da bexiga são actualmente classificados em 2 grupos com comportamentos diferentes:

  1. Tumores superficiais (que não invadem o músculo da parede da bexiga, denominado detrusor);
  2. Tumores profundos ou invasivos (músculo-invasivos), ainda limitados à bexiga.

Os tumores invasivos podem ultrapassar os limites da bexiga e, por invasão local, estenderem-se aos orgãos adjacentes à bexiga. Podem disseminar-se para gânglios linfáticos ou tornar-se metastáticos, com lesões noutros orgãos, distantes da bexiga.

Sintomas do Tumor da Bexiga

A hematúria (sangue na urina) é a forma de apresentação mais frequente deste tipo de tumor. Outros sintomas são:

  • Polaquiúria (aumento da frequência urinária);
  • Imperiosidade (vontade súbita de urinar);
  • Incontinência de urgência - incontinência associada a essa vontade súbita de urinar;
  • Ardor ao urinar;
  • Disfunção eréctil;
  • Perda de peso.

Os doentes podem apresentar apenas estes sintomas, sem que a hematúria seja detectada, principalmente se não for visível a olho nu (pode ser apenas detectada em análises).

Diagnóstico do Tumor da Bexiga

Quando existe a suspeita de cancro na bexiga, devem ser avaliados os sintomas ou sinais da presença desta patologia.

Os exames complementares são no entanto essenciais para o diagnóstico, quer para confirmar a presença de tumores neste órgão, quer para avaliar o estadiamento dos mesmos.

A uretrocistoscopia é o exame mais importante, sendo fundamental para avaliar se existem lesões (vulgarmente designadas por "polipos") e assim detectar uma neoplasia vesical.

Outros exames são frequentemente utilizados no diagnóstico do tumor, como é o caso do exame citológico de urina ("citologia urinária") e a realização de uma ecografia da bexiga. Além destes e de análises de rotina do sangue e urina, podem ser necessários outros exames para estadiamento do tumor;  o mais frequentemente realizado é a TAC abdominal e pélvica e, idealmente, também torácica.

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Tratamentos para o Tumor da Bexiga

O tratamento varia de acordo com a dimensão, o volume e a agressividade do tumor.

Em alguns casos de cancro da bexiga, podem ser necessários tratamentos como a quimioterapia, a radioterapia ou terapias paliativas. O tratamento mais frequente, o mais eficaz e utilizado, no entanto, é a cirurgia.

A cirurgia tem duas variantes, a cirurgia endoscópica para tumores superficiais e a cirurgia laparoscópica ou aberta para tumores mais agressivos (a cirurgia laparoscópica cada vez mais substitui a clássica cirurgia aberta).

Ambas as técnicas cirúrgicas são minimamente invasivas, o que diminui o tempo de internamento, as complicações pós-operatórias e o tempo de recuperação do doente.

A cirurgia endoscópica é efectuada em tumores superficiais, é muito menos agressiva e melhor tolerada. 

A cirurgia laparoscópica (ou a aberta) é reservada para tumores invasivos, pelo que é muito mais agressiva e radical, muito mais "mutilante", pois implica a remoção da bexiga. 

Prognóstico do Tumor da Bexiga

Na avaliação de um tumor, são analisadas diferentes características para definir o prognóstico. Exemplos destas são a dimensão, o número de tumores presentes, a sua extensão e as características histológicas do tecido tumoral.

A correcta caracterização destas características permite melhorar a avaliação do prognóstico do doente. Este é, logicamente, mais favorável em tumores superficiais, em comparação com tumores que invadem a parede da bexiga e o músculo que a constitui (chamado "detrusor") ou se atingem já o exterior do órgão.

Este tipo de cancro tem uma taxa de recidiva elevada, pelo que o médico urologista estabelece um plano de vigilância activa, nomeadamente com endoscopias regulares deste orgão (cistoscopias). A cistoscopia é por isso efecutada para o diagnóstico inicial do tumor mas também após a cirurgia, de modo a detectar precocemente eventuais recidivas do tumor. Após a cirurgia deve ser efectuada com intervalos mais pequenos (inicial e habitualmente, de 3 em 3 meses); estes intervalos vão sendo progressivamente maiores, ao longo do tempo. Após os 5 anos poderão tornar-se anuais.

Na maior parte dos doentes os tumores mantêm-se superficiais, mesmo quando recidivam (e podem ocorrer múltiplas recidivas ao longo da vida). Em alguns casos infelizmente, o tumor pode tornar-se invasivo e, nestes casos, ser necessário um tratamento mais agressivo - já não a cirurgia endoscópica para remoção dos "polipos", mas uma cirurgia que implica a remoção da bexiga.

É essencial que os doentes fumadores deixem de fumar. Se tal não ocorrer, a probabilidade da doença voltar a surgir é ainda maior.

Dr. José Santos Dias

Director Clínico do Instituto da Próstata

  • Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Especialista em Urologia
  • Fellow do European Board of Urology
  • Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"

Perguntas Frequentes sobre Tumor da Bexiga

Para que serve a bexiga?

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Quais são os principais factores de risco do Tumor da Bexiga?

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Como é feito o diagnóstico do Tumor da Bexiga?

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Como se pode tratar o Tumor da Bexiga?

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Referências

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