Tudo o que precisa de saber sobre a próstata aumentada de volume (com hiperplasia)

Viver com uma próstata com hiperplasia (Hiperplasia Benigna da Próstata - HBP) pode levantar muitas dúvidas – quanto à duração dos sintomas, efeitos no bem-estar e tratamentos para o aumento de volume prostático.

Como em qualquer patologia, é muito importante manter-se informado para que consiga lidar com o problema o mais convenientemente possível.

Assim, neste artigo respondemos às questões mais frequentes colocadas pelos pacientes. 

 

1. O que é a Hiperplasia Benigna da Próstata sintomática?

É o aumento de volume da próstata com sintomatologia associada. Esta distinção é importante, uma vez que nem sempre os sintomas existem, principalmente no início.

Contudo, à medida que a glândula vai crescendo e, consequentemente, vai comprimindo a uretra, as queixas podem aparecer, agravando-se progressivamente com o tempo - ou, por vezes, mantendo-se iguais ou até, em alguns casos, melhorando ocasionalmente (geralmente de forma transitória). 

 

2. Que exames devem ser realizados para diagnosticar a hiperplasia sintomática da próstata?

Normalmente, o diagnóstico é feito pelo aparecimento de queixas urinárias ou por detecção do aumento da próstata em exames de rotina.

Primeiro, avalia-se a história clínica do paciente - duração e evolução da sintomatologia, repercussões na qualidade de vida e hábitos, doenças ou medicamentos que possam explicar os sintomas, etc..

Depois, realiza-se o toque rectal para avaliar características da próstata, a fim de excluir a presença de nódulos que indiquem tumor e para se saber o seu volume aproximado, entre outras informações.

Para especificar ainda mais o diagnóstico, podem ser pedidos outros exames complementares:

É a partir deste diagnóstico que é possível confirmar a condição e definir a estratégia terapêutica mais adequada.

 

3. Qual a importância da análise do PSA em caso de sintomas?

Os sintomas de Hiperplasia Benigna da Próstata são comuns a outras patologias, entre as quais o cancro da próstata.

Sendo a análise ao PSA (Antigénio Específico da Próstata) o melhor indicador tumoral actual (ainda que não seja 100% fidedigno), este exame é fundamental para excluir quadros de cancro, que exigem uma intervenção mais rápida e inadiável.

Como na HBP há aumento do número de células da próstata, existe mais produção de PSA, pelo que um nível elevado pode ajudar a diagnosticar o problema.

 

4. Qual o objectivo das métricas do fluxo miccional?

Em alguns exames são avaliados os seguintes parâmetros miccionais

  • Taxa de fluxo;
  • Fluxo máximo e médio;
  • Quantidade de urina eliminada;
  • Tempo total até esvaziar a bexiga;
  • Resíduo pós-miccional (urina que fica na bexiga após a micção).

Quando a próstata aumenta e a uretra comprime, o fluxo miccional sofre alterações. Assim, conhecer estes dados e compará-los com os valores considerados normais permite identificar ou excluir a presença de um problema. 

A título de exemplo, um fluxo normal corresponde a um débito de urina geralmente acima de 15 ml por segundo.

Logo, quando o fluxo é mais baixo, há probabilidade de existir um aumento da próstata. 

A presença de mais de 50 cc de urina na bexiga após a micção (resíduo pós-miccional) também é considerada anormal.

 

Tudo O Que Precisa Saber Sobre Hiperplasia

5. Quando tratar a hiperplasia benigna da próstata?

Quando os sintomas interferirem com a qualidade de vida do paciente.

Se não existir sintomatologia ou não for incomodativa, o paciente pode recorrer apenas a uma monitorização das queixas e à realização de exames periódicos de rotina.

Contudo, apesar de uma parte dos pacientes revelar uma melhoria espontânea dos sintomas de HBP, não significa que não os voltará a apresentar no futuro.

Aconselha-se assim, a adopção de medidas preventivas, tais como evitar estar muito tempo sem urinar, diminuir a ingestão de líquidos ao fim do dia e de cafeína, álcool e outras substâncias que “irritam” a bexiga.

 

6. Que medicamentos podem ser usados para aliviar sintomas?

Geralmente, as hipóteses recaem sobre 3 tipos de fármacos:

  • Alfa bloqueantes – relaxam os músculos do interior de próstatas de todos os volumes, melhorando o fluxo e os sintomas. Os mais usados são a tansulosina, a silodosina e a alfuzosina;
  • Inibidores 5-alfa redutase – inibem uma enzima que actua sobre a testosterona e promove o aumento prostático. Estão disponíveis o finasteride e dutasteride, usados normalmente para volumes superiores a 40 cc.
  • Fitoterapia – uso de extractos de plantas.

 

7. Quais as cirurgias para tratar a HBP?

Existem diversas abordagens ao acto cirúrgico: a cirurgia clássica aberta, a endoscópica (pode ter várias técnicas) e a laparoscópica.

Todas elas consistem na remoção do tecido que está em excesso e é responsável pelo aumento da próstata. Estas intervenções apresentam bons resultados.

Contudo, se for possível, é preferível usar métodos menos invasivos, que não impliquem incisões e, consequente, apresentam menos riscos do que as cirurgias clássicas, como a cirurgia aberta.

Todavia, o tratamento ideal depende de cada caso – por isso é tão importante o diagnóstico.

 

8. Existe relação entre o tratamento cirúrgico e a disfunção eréctil?

A disfunção eréctil e outros problemas sexuais são complicações associadas às cirurgias da próstata, assim como a ejaculação precoce ou a incontinência urinária. 

É por isso que algumas técnicas, como o Rezum e a terapêutica laser (KTP, Holmium, Thulium) têm vindo a ganhar relevância, já que protegem a função sexual.

 

Esclareça todas as dúvidas com um especialista do Instituto da Próstata

Já conhece a resposta a algumas questões importantes relativamente à hiperplasia da próstata, mas a ajuda médica é o melhor recurso para conseguir estar bem informado.

No Instituto da Próstata somos especialistas em patologias da próstata e estamos disponíveis para o esclarecimento de qualquer dúvida que possa surgir, esperando contribuir para a manutenção do bom estado da sua saúde.

 

Teste Ipss Sintomas Da Prostata

Dr. José Santos Dias

Director Clínico do Instituto da Próstata

  • Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Especialista em Urologia
  • Fellow do European Board of Urology
  • Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"

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