Conheça as Causas, Sintomas e Tratamentos do Cancro no Rim

O desenvolvimento de uma patologia nos rins, principalmente um cancro, exige toda a atenção e cuidados, uma vez que são órgãos fundamentais para o correcto funcionamento do nosso organismo.

Assim, é importante reunir toda a informação essencial, em que se incluem as razões do seu aparecimento, sintomatologia que provoca e soluções para o problema.

Neste artigo damos-lhe todas as respostas, para que seja capaz de identificar sinais de alarme e de agir adequadamente.

 

Aprenda mais sobre Tumores Renais

Em algumas situações, o mecanismo natural de renovação e multiplicação das células renais sofre um descontrolo, levando à formação de massas – os tumores.

Cerca de 1 em 4 destas massas são de natureza benigna, mas as restantes desenvolvem-se malignamente e formam casos de cancro renal, que podem ser de vários tipos:

  • Carcinoma das células renais: o mais comum, começando, geralmente, nos túbulos renais, podendo ter vários sub-tipos (carcinoma de células claras, do tipo papilar ou cromófobo, por exemplo e entre outros);
  • Carcinoma das células de transição ou do urotélio superior: desenvolve-se na parte excretora do rim;
  • Tumor de Wilms: o mais típico nas crianças.

Além disso, estes cancros podem comportar-se de formas diferentes: podem limitar-se ao órgão, sem evoluir significativamente ou disseminar-se para áreas adjacentes ou zonas mais distantes (metástases), tornando o problema mais sério.

 

Razões para desenvolver a patologia

A causa para o descontrolo no processo de renovação celular que está na base dos cancros nos rins ainda é desconhecida.

Ainda assim, existem alguns factores de risco que, embora não provoquem o aparecimento da patologia, aumentam as hipóteses de a desenvolver.

Além da idade avançada (principalmente a partir dos 60 anos) e da predisposição do sexo masculino, estes factores são os seguintes:

  • Hábitos tabágicos;
  • Tensão arterial elevada;
  • Obesidade (IMC ≥ 30);
  • Certas condições herdadas, como a de Von Hippel – Lindau;
  • Hábitos alimentares pouco saudáveis;
  • Exposição a certos produtos tóxicos;
  • Histórico familiar;
  • Tratamentos para doenças renais, como diálise.

 

Como se manifesta?

É comum que os cancros no rim não apresentem sintomas óbvios, especialmente quando se encontram em fases iniciais.

Por outro lado, quando se manifestam podem já estar num estado muito avançado.

Os sintomas mais comuns são:

  • Hematúria;
  • Dor persistente na zona lombar ou de lado, abaixo das costelas;
  • Massa detectável;
  • Febre;
  • Fadiga;
  • Falta de apetite;
  • Suores nocturnos. 

Sintomas Cancro Rins

 

Para fazer frente ao problema

Ter algum dos sintomas apresentados, ou uma combinação de vários, não é sinónimo de ter cancro no rim, pelo que é fundamental realizar um diagnóstico preciso, principalmente se reconhece algum dos factores de risco.

Hoje, já é possível detectar pequenos tumores através dos exames de imagem, levando a que os quadros de cancro sejam diagnosticados mais precocemente.

Esta é uma excelente vantagem – afinal, quanto mais cedo o problema for identificado, menores são as hipóteses de ter progredido, o que aumenta a probabilidade de cura.

Além do mais, um diagnóstico permite conhecer informações essenciais sobre o tumor (estadiamento, localização, dimensões e gravidade), fundamentais para definir o tratamento.

Geralmente, a extensão local é avaliada de acordo com a seguinte classificação: 

Cancro Rins

  • Grau 1: tumores com maior diâmetro menor ou igual a 7 cm, limitados ao rim;
  • Grau 2: maiores que 7 cm, mas ainda no rim;
  • Grau 3: invasão para tecidos peri-renais circundantes, invasão da glândula supra-renal ou das veias principais do rim (veia renal ou mesmo veia cava);
  • Grau 4: crescimento para lá dos tecidos peri-renais localizados dentro de uma “membrana” que existe em torno do rim (a fascia de Gerota).

Além disso, avalia-se a presença ou ausência de disseminação para os gânglios linfáticos e de metástases localizadas à distância, longe do rim.

 

Método Cirúrgico Minimamente Invasivo

Ainda que possam ser usadas algumas terapias como radiofrequência ou crioterapia, nos cancros localizados e, em fases mais avançadas, tratamentos sistémicos (como imunoterapia ou quimioterapia), o método mais comum é a cirurgia - actualmente, esta intervenção deve ser efectuada por cirurgia laparoscópica.

Este procedimento minimamente invasivo, que exige apenas incisões milimétricas no abdómen, realiza-se por meio de instrumentos que ajudam a remover o tecido pretendido e a visualizar o processo.

Podem dividir-se em dois tipos:

  • Nefrectomia Radical: o rim é totalmente removido, assim como outras estruturas adjacentes, sendo indicada para tumores volumosos;
  • Nefrectomia Parcial: remove-se o tumor e tecidos circundantes, preservando a maior parte do orgão e, assim, afectando  mínimo possível a função renal; se possível, esta é a técnica mais desejável, especialmente para tumores de pequenas dimensões, para as pessoas quem só têm um rim ou que apresentam tumores nos dois rins.

Sendo uma técnica minimamente invasiva, a recuperação é mais rápida.

Além disso, ainda que possam existir efeitos secundários, como lesões noutras órgãos, infecção, hemorragia, dores ou desconforto, estes tendem a ser passageiros.

Quanto aos resultados, em cancros localizados no rim este método cirúrgico pode curar totalmente a patologia.

Em casos mais avançados, pode ser necessário proceder-se, da mesma forma, à nefrectomia, ainda que a cura só seja possível se for possível remover a ou as lesões/metástases para onde o cancro alastrou. Nestes casos, é geralmente efectuada terapêutica complementar sistémica.

 

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Ainda que nem sempre seja possível evitar o aparecimento do cancro no rim, um especialista pode ajudar a encontrar formas de ultrapassar o problema e tratar adequadamente esta doença..

Além disso, só uma equipa experiente e multidisciplinar pode diagnosticar, avaliar e definir as estratégias terapêuticas mais adequadas para cada caso.

Encontra tudo isso no Instituto da Próstata – estamos aptos a cuidar da melhor forma dos seus rins e da sua qualidade de vida, em geral.

Dr. José Santos Dias

Director Clínico do Instituto da Próstata

  • Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Especialista em Urologia
  • Fellow do European Board of Urology
  • Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"

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