Incontinência Urinária Masculina

O que é a Incontinência Urinária Masculina?

A incontinência urinária masculina caracteriza-se pela perda de urina.

Pode surgir em qualquer idade, embora seja mais comum em homens com mais de 45-50 anos e, em especial, com mais de 70 anos.

Esta pode dever-se entre outras a deficiências intrínsecas do esfíncter urinário, situações pós-traumáticas, pós-cirúrgicas, patologias na bexiga (bexiga hiperactiva ou capacidade vesical diminuída) ou surgir em consequência de problemas da próstata (e da sua repercussão sobre a bexiga).

Factores de Risco da Incontinência Urinária Masculina

De um modo genérico, os homens que tenham uma das seguintes condições, têm maior risco de desenvolver incontinência urinária:
Older

Idade avançada

Bexiga

Sintomas do aparelho urinário inferior (LUTS)

Infecao

Infecções

Alteracoes Cognitivas

Alterações cognitivas, funcionais ou neurológicas

Sintomas da Incontinência Urinária Masculina

A incontinência urinária no homem pode estar associada a um conjunto de outros sintomas/queixas urinários. Aos 50 anos cerca de 20% a 30% dos homens têm LUTS (sintomas do tracto urinário inferior), percentagem que aumenta para os 55% aos 80 anos.

Os sintomas do aparelho urinário inferior são classificados como sintomas de:

  • Esvaziamento;
  • Armazenamento;
  • Pós-miccionais.

Os sintomas de esvaziamento (obstrutivos) são o atraso no início da micção, o esforço miccional, diminuição da força e do calibre do jacto miccional e o prolongamento ou intermitência da micção.

A intensidade dos sintomas obstrutivos pode ir desde uma ligeira hesitação ao iniciar a micção matinal, à retenção urinária aguda, que deve ser resolvida com urgência, através de algaliação ou punção suprapúbica.

Os sintomas de armazenamento são resultantes de alterações vesicais, quer anatómicas, quer funcionais. São eles a imperiosidade miccional ("urgência", vontade súbita de urinar), a incontinência associada a esta vontade súbita, a polaquiúria (aumento da frequência das micções) e a noctúria (aumento do número de vezes que se urina de noite).

Os sintomas pós-miccionais são a sensação de esvaziamento vesical incompleto e o gotejo após a micção.

Diagnóstico da Incontinência Urinária Masculina

O estudo da incontinência urinária masculina deve ser criterioso e completo, para uma correcta avaliação clínica e diagnóstico. Para isso, colhe-se e analisa-se a história clínica, efectua-se um exame objectivo cuidadoso (incluindo o toque rectal, para avaliar as características da próstata) e realizam-se exames que ajudam a perceber qual a origem das queixas apresentadas.

O toque rectal permite avaliar:

  • Tamanho aproximado da próstata;
  • Textura, superfície e consistência da próstata;
  • Regularidade, os limites do orgão e a presença de nódulos;
  • Dor à palpação e o tónus esfincteriano anal.

A palpação abdominal também permite detectar a presença de globo vesical, em doentes com retenção urinária ou com grandes resíduos pós-miccionais.

O exame da região genital é também importante, incluindo a sensibilidade e o reflexo bulbocavernoso.

É ainda essencial a realização de exames complementares como a urofluxometria e ecografias (da bexiga, da próstata e idealmente também dos rins), sendo em alguns casos necessária efectuar cistoscopia  e estudo urodinâmico completo.

 

Video Incontinencia Urinaria

A Dra. Daniela Moutinho explica o que é a Incontinência Urinária.

Tem algum destes Sintomas de Incontinência Urinária?

Caso apresente os sintomas descritos ou queira esclarecer todas as dúvidas, agende uma consulta no Instituto da Próstata.

Tratamento da Incontinência Urinária Masculina

O tratamento deste problema depende do tipo de incontinência, do seu grau, da causa e da evolução da mesma.

Algumas das terapêuticas utilizadas são conservadoras, não invasivas; noutros casos, é necessária uma pequena intervenção para resolver o problema em definitivo.

 

Medidas não invasivas:

  • A alteração de hábitos, comportamentos e estilos de vida;
  • Medicamentos;
  • Reabilitação/reeducação pélvica; esta inclui as técnicas de electroestimulação e de bio-feedback, além das técnicas clássicas de Fisioterapia, como o fortalecimento muscular e manobras posturais, designadas por Exercícios de Kegel.

 

Técnicas Invasivas:

Os tratamentos mais utilizados no tratamento da incontinência urinária masculina implicam uma pequena intervenção. São mais eficazes e definitivos que as técnicas não invasivas. Ou seja, em cada caso é necessário ponderar as vantagens (maior eficácia) vs. as desvantagens (implicar a realização de uma técnica minimamente invasiva). Estas intervenções implicam anestesia, mas o doente pode ter alta no próprio dia ou no dia seguinte. Destacam-se as seguintes técnicas:

  • Injecção de "bulking agents" - que fazem coaptar/encerrar a uretra, complementando a acção do esfíncter - incontinência ligeira;
  • Colocação de "sling" sub-uretral - à semelhança da intervenção para a incontinência feminina, colca-se uma "alsa", uma fita, que pode ser ou não insuflável, por baixo da uretra e através dos orifícios obturadores ("trans-obturador") ajudando a impedir as perdas de urina; exemplo desta técnica é a colocação do dispositivo ATOMS (Adjustable transobturator male system); esta técnica é adequada para incontinência moderada; 
  • Colocação de um esfíncter urinário artificial - implica a colocação de um dispositivo que o próprio doente activa de cada vez que quer urinar, assegurando a continência fora dos momentos em que o doente está a urinar. Destina-se a incontinências mais marcadas/graves.

Prognóstico da Incontinência Urinária Masculina

A incontinência urinária é uma condição que tem cura e apresenta um prognóstico bastante positivo.

Os tratamentos hoje conhecidos apresentam diversas opções que ajudam os doentes a ter uma grande melhoria na sua qualidade de vida.

Dependendo da causa da incontinência e do tratamento efectuado, as perdas de urina terminam logo após o tratamento (no caso das técnicas minimamente invasivas) ou vão melhorando pouco a pouco, ao longo das semanas em que é efectuado o tratamento seleccionado, reduzindo progressivamente a intensidade das perdas (quando se efectuam técnicas não invasivas, como a toma de medicamentos ou a reabilitação pélvica).

Dr. José Santos Dias

Director Clínico do Instituto da Próstata

  • Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Especialista em Urologia
  • Fellow do European Board of Urology
  • Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"

Perguntas Frequentes sobre a Incontinência Urinária Masculina

O que é a Incontinência Urinária Masculina?

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Que sintomas surgem no homem com a Incontinência Urinária?

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Como é feito o diagnóstico da Incontinência Urinária?

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Quais são os tratamentos para a Incontinência Urinária?

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Referências

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