Qual é o valor normal do PSA?

O exame do PSA é um procedimento que mede os níveis desta glicoproteína, produzida pela próstata, no sangue, a fim de averiguar se existem anomalias nos valores que possam indicar problemas de saúde. 

Apesar de útil e importante, é preciso entender as suas vantagens e limitações, para que os dados que disponibiliza sejam analisados e utilizados de forma a beneficiar o diagnóstico e tratamento do paciente.

Por isso, hoje vamos responder a algumas das questões mais frequentes relacionadas com este procedimento.

 

1. O que é um nível elevado de PSA?

De forma geral, uma próstata saudável e sem qualquer anomalia liberta quantidades relativamente baixas de PSA.

Por isso, quando o nível é elevado significa que as células estão a libertar uma maior quantidade desta substância, podendo indicar a presença de um problema.

 

2. O que é um nível de PSA normal para a idade?

Ainda que não exista propriamente um valor considerado normal, existem alguns níveis de referência, medidos em nanogramas por mililitro (ng/mL), e agrupados por idades. São eles:

  • Até aos 50 anos: até 2,5 ng/ml
  • Entre os 50 e os 60 anos: até 3,5 ng/ml
  • Entre os 60 e os 70 anos: até 4,5 ng/ml
  • Acima de 70 anos: até 6,5 ng/ml

 

3. Devo fazer o teste do PSA?

O exame ao PSA é um teste usado para detectar possíveis problemas prostáticos. Assim sendo, deve ser utilizado nas seguintes situações, onde a probabilidade aumenta:

  • Presença de sintomas;
  • Reconhecimento de factores de risco (incluindo idade, a partir dos 50 anos).

Quando um paciente apresenta patologias da próstata, tende a apresentar alguma sintomatologia, com mais ou menos intensidade. No entanto, por outro lado, há situações em que nenhum sintoma é sentido.

Alguns dos sintomas mais comuns são:

  • Dor ou ardor ao urinar;
  • Urgência urinária;
  • Micção frequente de dia e de noite;
  • Fluxo fraco ou intermitente.

Quanto aos factores de risco, os homens que desenvolvem mais patologias da próstata são aqueles com idade superior a 50 anos, alta presença de testosterona e dietas pouco saudáveis ricas em gorduras.

Se reconhece algumas destas situações, o seu médico pode aconselhá-lo a realizar um teste de PSA.

 

4. O teste do PSA é recomendado para o rastreio do Cancro da Próstata?

Este procedimento é, na medicina actual, o melhor marcador tumoral, pelo que é bastante utilizado para o despiste da doença.

A realização deste exame anualmente, por rotina, é polémica: é recomendada pelas Associações de Urologia (sendo os urologistas os médicos que lidam com os casos graves desta doença, os que causam sofrimento e são fatais) enquanto que para outras associações, por exemplo de medicina geral e familiar, esta realização não deveria ter um carácter regular e “obrigatório”.

Como forma de melhorar a sensibilidade e especificidade do exame, ao longo do tempo foram surgindo mais parâmetros de avaliação, relacionados com o PSA, nomeadamente:

  • Relação entre PSA livre e PSA total;
  • Velocidade do PSA;
  • Densidade do PSA;
  • PSA em função da idade;
  • PSA da Zona de Transição.

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5. O exame do PSA é suficiente para o diagnóstico de Cancro?

Apesar de útil, este teste não é totalmente fidedigno, pelo que não é suficiente por si só para o diagnóstico. Porquê?

É certo que a probabilidade de ter cancro aumenta à medida que o nível de PSA sobe.

Ainda assim, isso não significa que um homem com um valor alto sofra obrigatoriamente de uma patologia oncológica, assim como não é possível dizer que um valor baixo indica que não existe nenhum problema.

É de destacar que alguns estudos indicam que 1 em cada 7 homens com um PSA normal pode ter cancro.

Além do mais, existem factores que fazem aumentar os níveis de PSA que não estão relacionados com doenças malignas.

Alguns deles são:

 

Portanto, este é um exame que pode induzir alguns falsos-positivos ou negativos. Ambas as situações são prejudiciais – uma por causar alarme e ansiedade desnecessária e a outra por dar uma falsa sensação de segurança.

 

6. E se um teste de rastreio mostrar um nível elevado de PSA?

Como já vimos, um nível elevado não é sinónimo de cancro, pois existem outras razões para esta elevação.

Assim sendo, o médico pode aconselhar repetir o exame numa fase posterior ou pedir que sejam realizados outros exames para obter mais parâmetros de avaliação, permitindo assim um diagnóstico o mais correcto, fiel e preciso possível.

Normalmente, os mais comuns são o toque rectal, ressonâncias magnéticas, ecografias e biópsias.

 

Tem consigo os valores do seu último Exame de PSA? 
Faça este quiz e saiba o que significam.

Nota: Este questionário não substitui a consulta e análise do seu médico urologista.

 

7. Em que casos deve ser feita a biópsia da próstata?

A biópsia é, geralmente, realizada em casos suspeitos de tumor da próstata.

É o único método que permite confirmar um diagnóstico de cancro, ao analisar amostras do tecido prostático.

Antigamente, um valor de PSA era considerado suspeito quando era superior a 4 ng/mL. Contudo, hoje em dia considera-se mais correcto associar estes dados a outros parâmetros, como a idade, a presença de nódulos detectados no toque rectal ou numa ressonância, velocidade de elevação do PSA, a relação entre o PSA livre e o total, por exemplo, para recorrer a uma biópsia prostática.

 

Informe-se com profissionais especializados! Pelo bem da sua Saúde.

Ainda que muitas dúvidas possam ter sido esclarecidas com este texto, ninguém melhor que um médico poderá responder com propriedade a todas as questões sobre o exame do PSA.

Afinal de contas, estar bem informado é o ponto de partida para preservar a própria saúde.

Ao escolher o Instituto da Próstata, não só beneficiará de todo o equipamento tecnológico como também de um aconselhamento especializado, atento e de confiança.

Dr. José Santos Dias

Director Clínico do Instituto da Próstata

  • Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Especialista em Urologia
  • Fellow do European Board of Urology
  • Autor dos livros "Tudo o que sempre quis saber Sobre Próstata", "Urologia fundamental na Prática Clínica", "Urologia em 10 minutos","Casos Clínicos de Urologia" e "Protocolos de Urgência em Urologia"

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